João Berchmans
nasceu no dia 13 de março de 1599 na Bélgica. De família muito humilde, teve
que trabalhar como criado para pagar os seus estudos. Nosso santo foi o anjo do
lar, fiel ajudante de sua mãe. Iniciou seus estudos no Seminário de Malinas, em
seguida entrou no Noviciado dos jesuítas da mesma cidade. Mais tarde passou a
Roma. No Seminário e no Noviciado se distinguiu por sua candura, estudo e
piedade.
Sua devoção à
Virgem era proverbial. Sentia para com ela um carinho terno, profundo, crédulo
e filial. “Se amo a Maria, dizia, tenho segura minha salvação, perseverarei na
vocação, alcançarei quanto quiser, em uma palavra, serei todo-poderoso”. A
ela dedicou sua Coroinha das doze estrelas.
Certo dia, durante
o verão de 1612, seu pai lhe disse: João, você está com 14 anos: está na hora
de se sustentar. Não somos ricos, você terá que desistir dos estudos.
A mãe soluçou e João
implorou: “Por favor, pai querido,
deixe-me estudar. Viverei a pão e água, mas deixe-me ser padre”.
As duas tias de
João vieram em seu socorro…O cônego Van Groenendock pleiteou a causa de João
com seu amigo, o Cônego Jan de Froymont…da catedral de Malines, e o encontrou
propenso a aceitar João entre seus hóspedes….João era apenas um modesto criado
na casa do cônego, mas aceitava esse papel com serenidade.
Um dia, em agosto
de 1616, ele pegou a caneta e o papel e escreveu aos pais: “respeitado
pai e querida mãe, faz três ou quatro meses que Nosso Senhor bate á porta do
meu coração. Até agora não o abri, mas pouco a pouco percebi que mesmo que eu
estudasse, caminhasse, brincasse ou fizesse outra coisa, um único pensamento me
perseguia: escolher certo estado de vida. Por isso, decidi me oferecer
inteiramente a Cristo e, lutar em seus combates na Companhia de Seu Nome. Só
espero que vocês não oponham seus planos ao dEle. Filho obediente de Cristo e
de vocês, João Berchmans”.
O perfeito
desempenho de seus deveres era sua preocupação predominante: “Preste atenção ao
que faz”… “Ponha todo seu coração e suas energias em tudo que fizer.”… “Minha
penitência mais importante é a vida de comunidade”… “Prefiro ser arrasado a
infringir a menor regra”.
No último ano de
sua vida João se comprometeu, assinando com seu próprio sangue, a “afirmar e defender em qualquer lugar que
se encontrasse o dogma da Imaculada Concepção da Virgem Maria”.
São João Berchmans
teria dado um excelente e santo padre, no entanto, esta não foi a vontade do
Senhor. A doença que o levaria a morte (possivelmente uma pneumonia com
septicemia, pela rapidez com a qual lhe ceifou a vida) veio-lhe ao encontro
quando estudava filosofia no seminário.
O esforço contínuo
e a tensão minaram-lhe a saúde. Sentia-se tão fraco no sábado, dia 07, que nem
conseguiu escrever as suas costumeiras notas breves depois da meditação
matinal. Às 03 da tarde, ele se arrastou até a sala do Reitor e informou-o que
estava doente. Cepari ordenou-lhe que fosse para a enfermaria e o enfermeiro
mandou-o para a cama. Domingo, dia 08, recebeu a comunhão e também a visita do
médico, que o encontrou um pouco melhor. Dia 09: apareceram sintomas de uma
pneumonia incipiente: “Realmente não sei
se estou cuidando de um homem ou de um anjo”, disse o enfermeiro. Ao
alvorecer da sexta-feira, 13 de agosto de 1621, João apertou o crucifixo nas
mãos, juntamente com o terço e o livro de regras e pediu que recitassem a
Ladainha de Nossa Senhora.
Deu o último
suspiro durante as invocações. “Santa Virgem das Virgens, Mãe Castíssima”.
São João Berchmans que
fez de sua vida comum sua maior penitência, pegou uma grave enfermidade a qual
aceitou com alegria; por isso deitou-se no chão, em sinal de humildade e
recebeu os últimos Sacramentos. Testemunha-se que – com o crucifixo, o livro da
Regra e o terço apertados sobre o peito – disse: “São estes os meus três tesouros,
em cuja companhia quero morrer”, desta maneira é que despedido de
todos, foi para a Eternidade repetindo: “Jesus! Maria”!
Foi declarado
Venerável pelo Papa Clemente XIV em 1773; em 1814, quando o Papa Pio VII
restaurou a Companhia de Jesus, tornou-se necessário reabrir o processo para
que a regra de Santo Inácio de Loyola fosse totalmente restabelecida.
Foi beatificado
pelo Papa Pio IX em 09 de maio de 1865 e canonizado por Leão XIII em 15 de
janeiro de 1888.
Alguns propósitos de sua vida:
Terei bom cuidado
em alimentar meu amor ao Santíssimo Sacramento; o visitarei ao menos cinco
vezes ao dia e em cada quinta-feira farei nesta intenção alguma penitência no
refeitório ou em outra parte.
Todos os sábados,
em honra da Santíssima Virgem, irei lavar as panelas da cozinha (ou praticarei
algum ato de humildade).
Não quero
preocupar-me jamais do que me sucederá, senão confiar-me e abandonar-me por
completo a Deus.
Viverei dia a dia e
hora a hora sem preocupar-me das contingências futuras, confiando o cuidado de
tudo o que concerne a mim à Providência divina e aos meus superiores.
Conservar-me-ei o
mais unido possível às coisas espirituais, sobre tudo à oração mental, ao exame
de consciência e às leituras piedosas.
Tratarei de estar
sempre entre os primeiros para ir me confessar.
Farei profissão
aberta de ser um homem espiritual e devoto.
Sempre, durante
todo o tempo de minha vida, quando houver cometido alguma infração das regras
que mereça uma penitência, a pedirei com toda a humildade.
Antes morrer que
violar uma só regra.
Pela manhã estarei
muito pronto para levantar-me.
Porei grande
atenção ao que tenho que fazer e não ao que fazem os outros.
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