domingo, 13 de agosto de 2017

13 de agosto - São João Berchmans

“Pensa em Deus e Deus pensará em ti.”

João Berchmans nasceu no dia 13 de março de 1599 na Bélgica. De família muito humilde, teve que trabalhar como criado para pagar os seus estudos. Nosso santo foi o anjo do lar, fiel ajudante de sua mãe. Iniciou seus estudos no Seminário de Malinas, em seguida entrou no Noviciado dos jesuítas da mesma cidade. Mais tarde passou a Roma. No Seminário e no Noviciado se distinguiu por sua candura, estudo e piedade.

Sua devoção à Virgem era proverbial. Sentia para com ela um carinho terno, profundo, crédulo e filial. “Se amo a Maria, dizia, tenho segura minha salvação, perseverarei na vocação, alcançarei quanto quiser, em uma palavra, serei todo-poderoso”. A ela dedicou sua Coroinha das doze estrelas.

Certo dia, durante o verão de 1612, seu pai lhe disse: João, você está com 14 anos: está na hora de se sustentar. Não somos ricos, você terá que desistir dos estudos.
A mãe soluçou e João implorou: “Por favor, pai querido, deixe-me estudar. Viverei a pão e água, mas deixe-me ser padre”.
As duas tias de João vieram em seu socorro…O cônego Van Groenendock pleiteou a causa de João com seu amigo, o Cônego Jan de Froymont…da catedral de Malines, e o encontrou propenso a aceitar João entre seus hóspedes….João era apenas um modesto criado na casa do cônego, mas aceitava esse papel com serenidade.

Um dia, em agosto de 1616, ele pegou a caneta e o papel e escreveu aos pais: “respeitado pai e querida mãe, faz três ou quatro meses que Nosso Senhor bate á porta do meu coração. Até agora não o abri, mas pouco a pouco percebi que mesmo que eu estudasse, caminhasse, brincasse ou fizesse outra coisa, um único pensamento me perseguia: escolher certo estado de vida. Por isso, decidi me oferecer inteiramente a Cristo e, lutar em seus combates na Companhia de Seu Nome. Só espero que vocês não oponham seus planos ao dEle. Filho obediente de Cristo e de vocês, João Berchmans”.

O perfeito desempenho de seus deveres era sua preocupação predominante: “Preste atenção ao que faz”… “Ponha todo seu coração e suas energias em tudo que fizer.”… “Minha penitência mais importante é a vida de comunidade”… “Prefiro ser arrasado a infringir a menor regra”.
No último ano de sua vida João se comprometeu, assinando com seu próprio sangue, a “afirmar e defender em qualquer lugar que se encontrasse o dogma da Imaculada Concepção da Virgem Maria”.

São João Berchmans teria dado um excelente e santo padre, no entanto, esta não foi a vontade do Senhor. A doença que o levaria a morte (possivelmente uma pneumonia com septicemia, pela rapidez com a qual lhe ceifou a vida) veio-lhe ao encontro quando estudava filosofia no seminário.

O esforço contínuo e a tensão minaram-lhe a saúde. Sentia-se tão fraco no sábado, dia 07, que nem conseguiu escrever as suas costumeiras notas breves depois da meditação matinal. Às 03 da tarde, ele se arrastou até a sala do Reitor e informou-o que estava doente. Cepari ordenou-lhe que fosse para a enfermaria e o enfermeiro mandou-o para a cama. Domingo, dia 08, recebeu a comunhão e também a visita do médico, que o encontrou um pouco melhor. Dia 09: apareceram sintomas de uma pneumonia incipiente: “Realmente não sei se estou cuidando de um homem ou de um anjo”, disse o enfermeiro. Ao alvorecer da sexta-feira, 13 de agosto de 1621, João apertou o crucifixo nas mãos, juntamente com o terço e o livro de regras e pediu que recitassem a Ladainha de Nossa Senhora.

Deu o último suspiro durante as invocações. “Santa Virgem das Virgens, Mãe Castíssima”.
São João Berchmans que fez de sua vida comum sua maior penitência, pegou uma grave enfermidade a qual aceitou com alegria; por isso deitou-se no chão, em sinal de humildade e recebeu os últimos Sacramentos. Testemunha-se que – com o crucifixo, o livro da Regra e o terço apertados sobre o peito – disse: “São estes os meus três tesouros, em cuja companhia quero morrer”, desta maneira é que despedido de todos, foi para a Eternidade repetindo: “Jesus! Maria”!

Foi declarado Venerável pelo Papa Clemente XIV em 1773; em 1814, quando o Papa Pio VII restaurou a Companhia de Jesus, tornou-se necessário reabrir o processo para que a regra de Santo Inácio de Loyola fosse totalmente restabelecida.
Foi beatificado pelo Papa Pio IX em 09 de maio de 1865 e canonizado por Leão XIII em 15 de janeiro de 1888.

Alguns propósitos de sua vida:

Terei bom cuidado em alimentar meu amor ao Santíssimo Sacramento; o visitarei ao menos cinco vezes ao dia e em cada quinta-feira farei nesta intenção alguma penitência no refeitório ou em outra parte. 

Todos os sábados, em honra da Santíssima Virgem, irei lavar as panelas da cozinha (ou praticarei algum ato de humildade).

Não quero preocupar-me jamais do que me sucederá, senão confiar-me e abandonar-me por completo a Deus. 

Viverei dia a dia e hora a hora sem preocupar-me das contingências futuras, confiando o cuidado de tudo o que concerne a mim à Providência divina e aos meus superiores. 

Conservar-me-ei o mais unido possível às coisas espirituais, sobre tudo à oração mental, ao exame de consciência e às leituras piedosas.

Tratarei de estar sempre entre os primeiros para ir me confessar.

Farei profissão aberta de ser um homem espiritual e devoto.

Sempre, durante todo o tempo de minha vida, quando houver cometido alguma infração das regras que mereça uma penitência, a pedirei com toda a humildade.

Antes morrer que violar uma só regra.

Pela manhã estarei muito pronto para levantar-me. 


Porei grande atenção ao que tenho que fazer e não ao que fazem os outros.

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