Lucas foi um dos quatro
evangelistas do Novo Testamento. Seu Evangelho é o terceiro em ordem
cronológica; os dois que o precederam foram escritos pelos apóstolos Mateus e
Marcos.
Lucas não conviveu
pessoalmente com Jesus e por isso a sua narrativa é baseada em depoimentos de
pessoas que testemunharam a vida e a morte de Jesus. Além do Evangelho, é autor
do "Ato dos Apóstolos", que complementa o seu Evangelho.
Segundo a tradição, São
Lucas era médico, além de pintor, músico e historiador, e teria estudado medicina
em Antioquia. Possuindo maior cultura que os outros evangelistas, seu evangelho
utiliza uma linguagem mais aprimorada que a dos outros evangelistas, o que
revela seu perfeito domínio do idioma grego.
São Lucas não era hebreu e
sim gentio, como era chamado todo aquele que não professava a religião judaica.
Não há dados precisos sobre sua vida. Segundo a tradição era natural de
Antioquia, cidade situada em território hoje pertencente à Síria e que, na
época, era um dos mais importantes centros da civilização helênica na Ásia
Menor. Viveu no século I d.C., desconhecendo-se a data do seu nascimento, assim
como de sua morte.
Lucas não tinha mulher nem
filhos, depois de ter estudado medicina em Antioquia dirigiu-se para
Alexandria, Atenas e Pérgamo, onde encontrou Paulo. Segundo a tradição, quando
Paulo foi atingido por uma enfermidade durante sua viagem, teria sido curado
por Lucas e a partir deste momento Lucas passou a acompanhá-lo em suas viagens,
tendo ido para Filipos, Jerusalém e Roma.
Em Roma acompanhou Paulo em
seus dois cativeiros e este deixou registrado que teve consigo São Lucas,
“médico queridíssimo” que o ajudava no seu apostolado, consolava-o nos seus
trabalhos e atendia-o e curava-o com solicitude nos seus padecimentos
corporais. No segundo cativeiro, do ano 67, pouco antes do martírio, escreve a
Timóteo que “Lucas é o único companheiro” na
sua prisão. Os outros tinham-no abandonado.
Há incerteza, igualmente,
sobre as circunstâncias de sua morte; segundo alguns teria sido martirizado,
vítima da perseguição dos romanos ao cristianismo; segundo outros morreu de
morte natural em idade avançada. Tampouco se sabe ao certo onde foi sepultado e
onde repousam seus restos mortais. Na versão mais provável e aceita pela Igreja
Católica, seus despojos encontram-se em Pádua, na Itália, onde há um jazigo com
o seu nome, que é visitado pelos peregrinos.
Não há provas documentais,
porém há provas indiretas de sua condição de médico. A principal delas nos foi
legada por São Paulo, na Carta aos Colossenses, quando se refere a "Lucas,
o amado médico" (4.14). Foi grande amigo de São Paulo e, juntos,
difundiram os ensinamentos de Jesus entre os gentios.
Outra prova indireta da sua
condição de médico consiste na terminologia empregada por Lucas em seus
escritos. Em certas passagens, utiliza palavras que indicam sua familiaridade
com a linguagem médica de seu tempo.
É o único evangelista que
reporta a frase pronunciada por Jesus: “médico, cura a ti mesmo”.
Este fato tem sido objeto de
estudos críticos comparativos entre os textos evangélicos de Mateus, Marcos e
Lucas, e é apontado como relevante na comprovação de que Lucas era realmente
médico.
São Jerônimo define Lucas
como “O mais profundo conhecedor da língua grega entre os evangelistas, porque
era médico.”
A escolha de São Lucas como
patrono dos médicos nos países que professam o cristianismo é bem antiga, já em
1463, a Universidade de Pádua iniciava o ano letivo em 18 de outubro, em
homenagem a São Lucas, proclamado patrono do "Colégio dos filósofos e dos
médicos".
A escolha de São. Lucas como
patrono dos médicos e do dia 18 de outubro como "dia dos médicos", é
comum a muitos países, dentre os quais Portugal, França, Espanha, Itália,
Bélgica, Polônia, Inglaterra, Argentina, Canadá e Estados Unidos.
No Brasil acha-se
definitivamente consagrado o dia 18 de outubro como "dia dos
médicos".
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