A
memória dos Santos Anjos da Guarda é celebrada desde 1670, data estabelecida
pelo Papa Clemente X. O culto dos anjos é antiga tradição que a Igreja herdou
do judaísmo.
Os
anjos, de fato, são uma presença constante e fundamental na “história da
salvação”: é justamente por meio deles que muitas vezes Deus atua e envia
mensagens ao povo de Israel; assim acontece no sonho de Jacó, relativo à escada
da qual subiam e desciam os anjos, e quando, o mesmo Jacó, lutou contra um
anjo, permanecendo ferido no quadril; é um anjo que segura a mão de Abrão que
estava para sacrificar o filho.
No
livro do Êxodo, no entanto, narra-se que, ao atravessar o Mar Vermelho um anjo
protegia os israelitas dos egípcios, o mesmo anjo os guiará depois no deserto.
Lembra-se
também os anjos enviados pelo Senhor para salvar Ananias, Azarias e Misael,
trancados em uma fornalha ardente pelo rei Nabucodonosor.
A
mesma vinda do Salvador é anunciada ao povo de Israel por meio de um anjo, que
a tradição associa ao Arcanjo Gabriel. Estes últimos são somente alguns
exemplos da vivíssima presença dos anjos no Antigo Testamento. Outros também se
encontram no Novo Testamento, como também na vida de muitos santos e beatos.
A
Igreja Católica reconhece os nomes dos três arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael –
que são explicitamente mencionados na Bíblia.
A
existência dos anjos é considerada um artigo de fé da Igreja Católica,
manifestado explicitamente no símbolo Niceno-Constantinopolitano, "Creio
em um só Deus, Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra, de todas as coisas
visíveis e invisíveis".
Da
criação dos anjos, então, fala-se em ambos os Testamentos, no Novo e no Antigo.
Ao longo da história os anjos têm sido objeto de inúmeras considerações
teológicas por parte dos Padres e Doutores da Igreja, teólogos e exegetas,
entre os quais Hilário de Poitiers, Jerônimo, Agostinho, Cassiano, Boaventura,
Bernardo Abade, Cirilo de Jerusalém e Tomás de Aquino.
No
catecismo de São Pio X o tema é abordado com especial cuidado e uma clareza
única. Os anjos, em essência, são seres imortais e espirituais, com uma
inteligência e uma vontade superior à nossa; eles vivem num estado de
felicidade perpétua, cujo objetivo principal é a adoração de "Deus em
torno de seu trono", a partir do qual são iluminados.
Eles
também são chamados de "príncipes da Corte celestial" e
"embaixadores da vontade de Deus" e operam de forma invisível entre
os homens. O pseudo-Dionísio, o Areopagita, afirma no De celesti hierarchia que os anjos são divididos em três
hierarquias, cada uma das quais está dividida em três coros, que, por sua vez,
se distinguem entre si pelas suas tarefas, cores, asas e outros sinais
distintivos.
Nesta subdivisão estão também os Anjos da Guarda (que se
diz serem comandados pelo Arcanjo Rafael), explicitamente mencionado no Salmo
90, que têm a tarefa de guiar e proteger a pessoa a ele confiada. Cada cristão,
de fato, tem o seu anjo da guarda, que o protegerá ao longo de toda a sua vida
terrena, do nascimento à morte.
O
Anjo da Guarda também tem a tarefa de oferecer a Deus as nossas orações,
apoiar-nos e proteger-nos dos ataques do diabo, que tenta de qualquer forma
fazer-nos o mal e “sujar” a nossa alma para impedir-nos de alcançar a vida
eterna. Ele, basicamente, tem uma função salvífica para a nossa alma.
É
por isso que muitos papas revelaram a sua profunda devoção pelo anjo da guarda,
sugerindo, como também disse Bento XVI, de expressar a sua própria gratidão
pelo serviço que ele presta a cada um de nós e de invocá-lo todos os dias, com
o “Angelus Dei”, oração que a Igreja, na sua profunda sabedoria, formulou
propositalmente, pedindo para iluminar o nosso caminho, para saber discernir a
vontade de Deus nos fatos da vida e combater as ciladas do demônio.
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