Há 436 anos, em 7
de outubro de 1571, a esquadra católica, composta de aproximadamente 200
galeras, concentrou-se no golfo de Lepanto. D. João d’ Áustria mandou hastear o
estandarte oferecido pelo Papa e bradou: “Aqui
venceremos ou morremos”, e
deu a ordem de batalha contra os seguidores de Maomé. Os primeiros embates
foram favoráveis aos muçulmanos, que, formados em meia-lua, desfecharam
violenta carga. Os católicos, com o Terço ao pescoço, prontos a dar a vida por
Deus e tirar a dos infiéis, respondiam aos ataques com o máximo vigor possível.
Mas, apesar da bravura dos soldados de Cristo, a numerosíssima
frota do Islã, comandada por Ali-Pachá, parecia vencer. Após 10 horas de
encarniçado embate, os batalhadores católicos receavam a derrota, que traria
graves conseqüências para a Civilização Cristã européia. Mas, ó prodígio! Ficaram
surpresos ao perceberem que, inexplicavelmente e de repente, os muçulmanos,
apavorados, bateram em retirada...
Obtiveram mais tarde a explicação: aprisionados
pelos católicos, alguns mouros confessaram que uma brilhante e majestosa
Senhora aparecera no céu, ameaçando-os e incutindo-lhes tanto medo, que
entraram em pânico e começaram a fugir.
Enquanto se travava a batalha contra os turcos em águas de
Lepanto, a Cristandade rogava
o auxílio da Rainha do Santíssimo Rosário. Em Roma, o Papa São Pio V pediu aos fiéis que redobrassem as
preces. As Confrarias do Rosário promoviam procissões e orações nas igrejas,
suplicando a vitória da armada católica.
O Pontífice, grande devoto
do Rosário, no momento em que se dava o desfecho da famosa batalha, teve
uma visão sobrenatural, na qual ele tomou conhecimento de que a armada católica
acabara de obter espetacular vitória. E imediatamente, exultando de alegria,
voltou-se para seus acompanhantes exclamando: “Vamos
agradecer a Jesus Cristo a vitória que acaba de conceder à nossa esquadra”.
A milagrosa visão foi confirmada somente na noite do dia 21 de outubro (duas semanas após o grande
acontecimento), quando, por fim, o correio chegou a Roma com a notícia. São Pio V tinha meios mais rápidos para se
informar...
Em memória da estupenda intervenção de Maria Santíssima, o Papa dirigiu-se em procissão à Basílica de
São Pedro, onde cantou o Te
Deum Laudamus e introduziu a
invocação Auxílio dos Cristãos na Ladainha de Nossa Senhora. E para perpetuar
essa extraordinária vitória da Cristandade, foi instituída a festa de Nossa Senhora
da Vitória, que, dois anos mais tarde, tomou a denominação de festa de Nossa Senhora do Rosário,
comemorada pela Igreja no dia
7 de outubro de cada ano.
Ainda com o mesmo objetivo, de deixar gravado para sempre na
História que a Vitória de Lepanto se deveu à intercessão da Senhora do Rosário, o senado
veneziano mandou pintar um quadro representando a batalha naval com a seguinte
inscrição: “Non virtus, non arma, non duces, sed Maria Rosarii victores nos
fecit”:
(Nem as tropas, nem as armas, nem os comandantes, mas a
Virgem Maria do Rosário é que nos deu a vitória).
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