sexta-feira, 12 de junho de 2020

12 de junho - Dia dos Namorados

É importante interrogar-se se é possível amar-se “para sempre”. Trata-se de uma pergunta que temos o dever de formular: é possível amar-se “para sempre?”

Hoje em dia, muitas pessoas têm medo de fazer escolhas definitivas. Certo dia um jovem disse ao seu bispo: Eu quero tornar-me sacerdote, mas somente por dez anos! Ele tinha medo de uma escolha definitiva. Mas trata-se de um medo geral, próprio da nossa cultura. Parece impossível fazer escolhas para a vida inteira. Hoje tudo muda rapidamente, nada dura no tempo. E esta mentalidade leva muitas pessoas que se preparam para o matrimônio a afirmar: “permaneçamos juntos, enquanto o amor durar”; e depois? Muitas saudações e até à vista! E assim termina o matrimônio.

Mas o que entendemos por “amor?” Apenas um sentimento, uma condição psicofísica? Sem dúvida, se for assim, não será possível construir sobre ele algo de sólido. Ao contrário, se o amor for uma relação, então será uma realidade que cresce, e como exemplo até podemos dizer que se constrói como uma casa. E a casa constrói-se juntos, não sozinhos! Aqui, construir significa favorecer e ajudar o crescimento.

Estimados namorados e noivos, vós estais a preparar-vos para crescer juntos, para construir esta casa, para viver juntos para sempre. E não desejais alicerçá-la sobre a areia dos sentimentos que vão e voltam, mas sobre a rocha do amor autêntico, do amor que provém de Deus. A família nasce deste desígnio de amor, que quer crescer como se constrói uma casa que se torne um lugar de carinho, de ajuda, de esperança e de apoio. Do mesmo modo como o amor de Deus é estável e para sempre, assim também no caso do amor que funda a família, desejamos que ele seja estável e para sempre. Por favor, não devemos deixar-nos dominar pela “cultura do provisório!” Esta cultura que hoje invade todos nós, esta cultura do provisório. Não pode ser assim!

Portanto, como se cura este medo do para sempre? Cura-se dia após dia, confiando-se ao Senhor Jesus numa vida que se torna um caminho espiritual quotidiano, feito de passos, de pequenos passos, de passos de crescimento comum, feito de compromisso a tornarmo-nos mulheres e homens maduros na fé. Porque, queridos namorados e noivos, o para sempre não é apenas um problema de duração! Um matrimônio não é bem sucedido unicamente quando dura, mas é importante a sua qualidade.

Estar juntos e saber amar-se para sempre, eis no que consiste o desafio dos esposos cristãos. Vem ao meu pensamento o milagre da multiplicação dos pães: também para vós, o Senhor pode multiplicar o vosso amor e conceder-vos vigoroso e bom todos os dias. Ele possui uma reserva infinita de amor! E oferece-vos o amor que está no fundamento da vossa união, enquanto o renova todos os dias, fortalecendo-o. Além disso, torna-o ainda maior quando a família cresce com os filhos. Neste caminho é importante, é sempre necessária a oração. Ele por ela, ela por ele, e ambos juntos.

Pedi a Jesus que multiplique o vosso amor. Na oração do Pai-Nosso, nós dizemos: “O pão nosso de cada dia nos dai hoje”. Os cônjuges podem aprender a rezar com estas palavras:

“Senhor, o amor nosso de cada dia nos dai hoje”, porque o amor quotidiano dos esposos é o pão, o verdadeiro pão da alma, o pão que os sustenta a fim de que possam ir em frente.

Esta é a prece dos namorados e dos esposos. Ensinai-nos a amar-nos, a querer o bem um do outro! Quanto mais vos confiardes a Ele, tanto mais o vosso amor será para sempre, ou seja, capaz de se renovar, superando assim todas as dificuldades.

Papa Francisco – Discurso aos namorados e noivos – 14 de fevereiro de 2014

 


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