domingo, 31 de maio de 2020

31 de maio - São Félix de Nicósia


São Félix de Nicósia nasceu em Nicósia, na Sicília, a 5 de novembro de 1715, recebendo no baptismo o nome de Tiago Amoroso. Filho de uma família muito pobre, aprendeu muito cedo a arte de sapateiro, exercendo depois tal ofício, até à idade de 28 anos. Foi, deste modo, a principal fonte de sustento para a sua família.

Entrou muito novo para a Ordem Franciscana Secular. Após muitas recusas, ao atingir a idade de 28 anos, foi recebido pelos Capuchinhos. Desde o início, manifestou exemplo admirável de santidade, obediência, mansidão, espírito quase inaudito de penitência. A devoção à Eucaristia, à Imaculada Conceição e a São Francisco foram a grande luz da sua vida.

Após o noviciado, foi destinado ao Convento de Nicósia, sua terra, sendo ali encarregado do quintal, cozinheiro, sapateiro, enfermeiro, porteiro e sobretudo esmoleiro até ao dia da sua morte.

Tendo crescido numa família muito modesta e humilde, onde a virtude era tida em grande consideração, Frei Félix sempre se notabilizou pela pureza de costumes. Aceitou, com resignação, as grandes humilhações que o guardião lhe impôs quase sistematicamente para experimentar a sua humildade. Submeteu-se voluntariamente a jejuns, vigílias e às mais rigorosas penitências que ele juntava às que lhe impunham os Superiores ou as que constavam na Regra.

Nos seus contatos diários com o povo, era generoso em dar bons conselhos. Realizou prodígios que lhe mereceram a fama de taumaturgo. Nutria um amor intenso a Nossa Senhora das Dores. Grande parte da noite permanecia diante do Santíssimo.

Considerava-se verdadeiramente feliz na sua vocação. Ele foi designado para o cargo de mendicante. Todos os dias ele atravessava as ruas da cidade, batendo tanto nos palácios dos ricos, convidando-os a compartilhar seu bem-estar, bem como na humilde morada dos pobres, para oferecer-lhes conforto nas necessidades diárias. Dizia, graciosamente, que era muito mais feliz do que o burro da cerca que nunca tinha estado tão bem como ele! Durante o dia, certamente também ele, carregado com as esmolas que aumentavam sempre mais; mas, durante a noite, tinha uma cama muito melhor do que a do burro, seu companheiro de trabalho.

No Convento era notado, sobretudo, pela obediência. Foi conselheiro espiritual, guia e diretor de almas simples e também de sábios e eclesiásticos. Teve o dom da profecia e realizou numerosos milagres.

Tinha 72 anos e estava em agonia. Era o dia 31 de maio de 1787. Pediu a presença do seu guardião.
Que desejas? – perguntou-lhe o guardião; queres a bênção dos moribundos?
Também! – responde Frei Félix. Mas, antes disso, meu guardião, peço a obediência não somente para viver, mas também para morrer.

Esta era a grande lição que o nosso santo deixava aos Capuchinhos do Convento de Nicósia. Pouco depois o Senhor chamava-o. Temos muito a prender deste irmão capuchinho de alforje aos ombros.

No dia 12 de fevereiro de 1888, o Papa Leão XIII beatificou-o, em São Pedro, no Vaticano. Foi canonizado no dia 23 de outubro de 2005 pelo Papa Bento XVI, em um trecho da homilia ele disse:
São Félix de Nicósia adorava repetir em todas as circunstâncias, alegres ou tristes: "Seja pelo amor de Deus". Assim, podemos entender bem quão intensa e concreta a experiência do amor de Deus revelada aos homens em Cristo estava nele. Este humilde frade capuchinho, filho ilustre da terra da Sicília, austero e penitente, fiel às expressões mais genuínas da tradição franciscana, foi gradualmente moldado e transformado pelo amor de Deus, vivido e realizado no amor ao próximo. Frei Félix nos ajuda a descobrir o valor das pequenas coisas que embelezam a vida e nos ensina a compreender o sentido de família e serviço aos irmãos e irmãs, mostrando-nos a verdadeira e duradoura alegria, que o coração de todo ser humano anseia fruto do amor.

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