sexta-feira, 22 de maio de 2020

22 de maio - Santa Rita de Cássia

Por séculos Santa Rita de Cássia foi uma das Santas mais populares na Igreja Católica. Ela é conhecida como a "Santa do Impossível" por suas impressionantes respostas às orações, como também pelos notáveis sucessos de sua própria vida.

Santa Rita de Cássia exemplo de filha, de esposa, de mãe e de religiosa, padroeira das causas impossíveis e desesperadas. 

Santa Rita nasceu em um povoado chamado Rocca Porena, situado na região de Cássia, no centro da Itália.  Seus pais: Antonio Mancini e Amata Serri, formavam um casal exemplar e eram conhecidos como "pacificadores de Jesus Cristo".

Ela nasceu quando seus pais já tinham idade avançada no dia 22 de maio de 1381, e foi batizada com o nome de Rita, diminutivo de Margarida (Margherita, em italiano).

Era para seus pais um precioso dom concedido à sua fé e orações, e assim eles se esmeravam em educar a sua filha nos sentimentos religiosos.
Desde jovem, tinha intenção de ser religiosa, mas seus pais, temendo que ela ficasse sozinha, resolveram casá-la com um jovem de família nobre, mas de temperamento excessivamente violento. 

Assim, por volta dos 14 anos Rita casou-se com Paulo Fernando, um homem difícil, de hábitos muito ásperos. A mansidão, a docilidade e prudência da esposa, porém, suavizaram aquela rude impetuosidade, conseguindo transformar em manso cordeiro aquele leão furioso. Fernando não pôde resistir a tanta abnegação e mudou completamente de vida, tornando-se um marido respeitoso.Tiveram dois filhos: João Tiago e Paulo Maria.
Quando menos esperava, tudo mudou, e de um modo muito violento e trágico: seu marido foi ferozmente assassinado pelos inimigos que fez em sua vida de violência. Ela, então, perdoou os seus assassinos.

Refeita da dor causada pela morte do marido, concentrou toda sua atenção e solicitude em seus dois filhos. A mãe atenta percebia que os dois jovens apresentavam desejos de vingança, o que ela não podia aceitar. Quando se viu em tal situação, a mãe dedicada tomou uma resolução heroica e pediu a Jesus Crucificado que salvasse os seus filhos inocentes.

Um após outro, caíram doentes os meninos e morreram, com pequeno intervalo, um após o outro, cerca de um ano depois da morte de seu pai. Rita depositou os corpos de seus filhos ao lado de seu marido e ficou só no mundo; só, mas com seu Deus.

Viúva e sem filhos,  Rita  dedicou-se ao socorro dos pobres e enfermos, ajudando a uns  e outros, com alimento, visita, conforto e trabalho. Sentindo o chamado de Deus, procurou o Convento das Irmãs Agostinianas de Santa Maria Madalena, em Cássia, para tornar-se religiosa. As regras daquele tempo impediam o ingresso de viúvas.

Certa vez, madrugada ainda, Rita foi encontrada pelas freiras, rezando na capela do Mosteiro, com portas e janelas fechadas. A Madre Superiora viu naquele fato um desígnio  do céu e admitiu-a como Irmã. 

Certa ocasião Rita recebeu da superiora a ordem para regar duas vezes ao dia um galho seco, o que foi cumprido com diligência pela manhã e à tarde quotidianamente, mês após mês, observada com irônico sorriso pelas demais irmãs. Elas se surpreenderam cerca de um ano depois com o surgimento de folhas na videira que começava ali a se desenvolver, e que passou a dar saborosas uvas século após século, produto da santa obediência. Tal árvore atravessou as épocas, chegando até nossos dias, mantendo-se viçosa e frutífera, fruto da cega obediência à qual se submeteu.

Na quaresma de 1443 Rita ouviu um edificante sermão pregado por São Tiago da Marca, frade franciscano, discípulo de São Bernardino de Siena. As palavras do religioso a sensibilizaram profundamente, e então, prostrada diante da imagem do Crucificado, pediu a participação naquelas lancinantes dores, ainda que fosse a dor de um dos espinhos, no que foi imediatamente atendida: sua fronte foi ferida por um espinho da coroa, o que a fez desmaiar de dor. Ao contrário das chagas de Jesus que se abriram em outros santos, a de Rita manifestou-se com aspecto repugnante, com saída de pus e odor fétido, o que a levou a uma vida isolada dentro do convento, em uma cela distante à qual uma religiosa lhe levava o necessário para viver. Esse sofrimento se estendeu por quinze anos.

Por ocasião do ano do Jubileu proclamado pelo Papa Nicolau IV, em 1450, Rita manifestou o desejo de ir a Roma com outras religiosas, mas não obteve permissão da superiora devido ao seu estado de saúde que se agravava, consequência da ferida causada pelo espinho. Rita então pediu a Deus o desaparecimento da ferida, no que foi atendida, viajando assim à Cidade Eterna para ali praticar os atos de piedade próprios à ocasião. Ao retornar ao convento a ferida reapareceu, retornando a religiosa à sua vida de sofrimentos. A saúde se debilitava, as dores aumentavam, mas a alegria e o sorriso continuavam em meio ao santo sofrimento pelo qual passava. Nos últimos dias de vida seu único alimento foi o Pão Eucarístico.

No dia 22  de maio de 1457, Rita  entregou sua alma a Deus. Os sinos começaram a repicar festivamente, tangidos por mãos misteriosas.  A chaga da fronte fechou-se na mesma hora e no lugar do habitual mal cheiro que dela se exalava, passou a exalar um discreto perfume. 

Alguns milagres registrados:

- Battista D’Angelo de Colgiacone  - recuperou a vista;

- Cecca d’Antonio surda de um ouvido por cinco anos contínuos, recuperou a audição;

- Gio da Biselli de Norcia tendo nascida muda, depois de tantas devotas orações, ela começou a falar e dizer Ave Maria;

- Lucia de Santi do Castel de Santa Maria de Norcia, cega de um olho há 15 anos e do outro quase não via nada, colocada a mão no corpo da Beata Rita, onde ficou por 15 dias em oração, foi finalmente iluminada dos dois olhos. 

Foi beatificada em 16 de julho de 1628 pelo Papa Urbano VIII,  e o Papa Leão XIII, canonizou-a no dia de Pentecostes, 24 de maio de 1900, Ano Santo.

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