A cidade romana de Pompéia, ao sul de Nápoles,
foi destruída pelo vulcão Vesúvio, no ano 79. As ruínas permaneceram soterradas
sob dez metros de cinzas até o início do século XVII, quando foram encontradas.
Os trabalhos arqueológicos sistemáticos, realizados até hoje, só começaram
quase duzentos anos depois da descoberta. Próximo ao local, a cerca de cinco
minutos, existe o chamado Vale de Pompéia. Nele, à sombra do velho vulcão
adormecido, foi erguido um santuário dedicado à Nossa Senhora do Rosário, que deu vida à nova cidade de
Pompéia, mais conhecida como: "Cidade da Caridade", ou melhor
ainda, "Cidade de Maria".
Bartolo e Padre Radente, seu diretor
espiritual, começaram a procurar uma imagem de Nossa Senhora do Rosário para a
igreja paroquial. Certo dia uma religiosa apresentou uma pintura com a imagem
de Nossa Senhora com o Menino Jesus no colo entregando o Rosário para São
Domingos de Gusmão e Santa Rosa de Lima. Contudo, a imagem estava danificada. À
falta de melhor, a estampa, enrolada num tecido ordinário, foi colocada sobre
uma carroça carregada de lixo que se destinava a Pompéia.
O bispo de Nola, Dom José Formisano, impressionado com a conversão do povo através do Rosário, incentivou a construção de uma nova igreja mais próxima do local. Com o dinheiro arrecadado para iniciar a obra mandaram restaurar e enquadrar a tela da Virgem, substituindo a imagem de Santa Rosa de Lima pela de Santa Catarina de Sena, e expondo a imagem pela primeira vez no dia 13 de fevereiro de 1876. Desse dia até o dia 19 de março, oito milagres se realizaram diante da estampa, com repercussão em toda a Itália.
Em 15 de Agosto de 1877 Bartolo lança o
devocionário "I Quindici Sabati" (Os Quinze Sábados). A "devoção
dos Quinze Sábados" consiste em prometer a Deus a oração por 15 sábados
consecutivos, em memória dos 15 mistérios do Rosário, a fim de honrar a
Santíssima Virgem e obter por sua mediação alguma graça especial:
Tal como dois amigos, que se encontram
constantemente, costumam configurar-se até mesmo nos hábitos, assim também nós,
conversando familiarmente com Jesus e a Virgem, ao meditar os mistérios do
Rosário, vivendo unidos uma mesma vida pela Comunhão, podemos vir a ser, por
quanto possível à nossa pequenez, semelhantes a Eles, e aprender destes
supremos modelos a vida humilde, pobre, escondida, paciente e perfeita.
Ó Rosário bendito de Maria, doce cadeia
que nos prende a Deus, vínculo de amor que nos une aos Anjos, torre de salvação
contra os assaltos do inferno, porto seguro no naufrágio geral, não te
deixaremos nunca mais. Serás o nosso conforto na hora da agonia. Seja para ti o
último beijo da vida que se apaga. E a última palavra dos nossos lábios há de
ser o vosso nome suave, ó Rainha do Rosário de Pompeia, ó nossa Mãe querida, ó
Refúgio dos pecadores, ó Soberana consoladora dos tristes. Sede bendita em todo
o lado, hoje e sempre, na terra e no céu. Amém.
Desperta a tua confiança na Santíssima
Virgem do Rosário... Deves ter a fé de Jó... Santa Mãe muito querida, eu
deponho em Ti toda a minha aflição, toda a esperança e toda a confiança!
Bartolo viajou pela Europa pedindo donativos
não só para a construção do novo santuário, mas para outras obras que
planejava. Em 1884 fundou uma revista chamada "Il Rosario e la Nuova
Pompei” (O Rosário e a Nova Pompéia), para o qual montou uma tipografia em que
empregou meninos pobres da cidade. Visando prepará-los para a função, organizou
uma escola de tipografia. Criou também um orfanato para os filhos e depois para
as filhas dos encarcerados e para a formação destes, fundou a congregação das
Filhas do Rosário de Pompéia da Ordem Terceira Dominicana.
A devoção à Senhora do Rosário cresceu tanto que recebeu do Papa Leão XIII a honra da coroação solene. A nova igreja foi consagrada em 1891 e, em 1901, foi elevada à condição de Basílica. Hoje em dia é um dos santuários mais famosos da Itália.
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