segunda-feira, 18 de novembro de 2019

18 de novembro - Beato Domingos Jorge


O Beato Domingos Jorge nasceu em Vermoim da Maia, perto do Porto (Portugal). Muito jovem, partiu como soldado para a Índia. Aventureiro por natureza, empreendeu viagem para o Japão, onde nesse tempo reinava furiosa perseguição aos cristãos. O catolicismo era proibido. Todos os missionários que fossem identificados, eram mortos, e acontecia o mesmo também todos aqueles que os acolhessem em suas casas. Apesar de todos os riscos, os missionários não quiseram abandonar os cristãos para os instruir, animar e lhes administrar os sacramentos.  

Estes martírios deram-se entre 1603 e 1639, sob o “shogunato” (governo militar) dos Tokugawa, que consideravam o Cristianismo um “elemento de influência ocidental e um perigo para a ordem social e religiosa”.

Domingos Jorge casou-se com uma jovem japonesa, à qual o missionário português, Padre Pedro Gomes, oito dias após o nascimento, dera o nome de Isabel Fernandes. O casal vivia como modelo do amor de Deus, na paz e na felicidade, em Funai, perto da cidade de Nagasaki. Eram membros fervorosos da Fraternidade do Rosário, ligada aos jesuítas. Por bondade e piedade, esconderam em sua casa dois missionários jesuítas, o padre Carlos Spínola, italiano, e o Irmão Ambrósio Fernandes, português, além do catequista japonês João Kingoku.

Na noite de 13 de dezembro de 1618, o governador de Nagasaki, Gonrócu, ordenou aos seus soldados que prendessem os dois missionários juntamente com o dono da casa, Domingos Jorge.
Após um ano de prisão, Domingos Jorge foi morto juntamente com outros quatro companheiros. Leonardo Kimura, o único consagrado do grupo, era neto do primeiro japonês batizado por São Francisco Xavier.

Domingos Jorge, após escutar a sentença, pronunciou estas palavras: "Aprecio mais esta sentença do que se me fizessem Senhor de todo o Japão". Quis ir a pé e descalço até ao monte, chamado “Monte Santo”, situado à saída da cidade, que ganhou o nome por ser regado por tanto sangue cristão, desde o de São Paulo Miki, 22 anos antes.
A multidão seguia com interesse o que ia acontecer, mas muitos cristãos procuravam apenas escutar as últimas exortações dos mártires. Dessa vez não houve sangue, porque todos, incluindo Domingos Jorge, foram queimados, rezando o Credo. As suas cinzas foram lançadas ao mar.

Passados três anos, na manhã de 10 de novembro de 1622, o “Monte Santo” de Nagasaki, regado com o sangue de tantas centenas de cristãos, apresentava um aspecto solene e comovedor. Ali se apinhavam mais de 30.000 pessoas para assistirem ao Grande Martírio, isto é, à morte de 56 filhos da Santa Igreja Católica.

Entre eles, encontravam-se Isabel Fernandes, de uns 25 anos de idade, viúva do Beato Domingos Jorge, e seu filhinho Inácio, de quatro anos. Os mártires foram divididos em dois grupos: 24 religiosos de várias Ordens, condenados a morrer a fogo lento; os outros 32 eram constituídos por 14 mulheres e 18 homens (a maioria deste segundo grupo recebeu como condenação serem decapitados). Isabel Fernandes, antes de ser degolada juntamente com seu filhinho Inácio, exclamou: “De todo o coração ofereço a Deus as duas coisas mais preciosas que possuo no mundo: a minha vida e a do meu filhinho”.


Foram beatificados pelo Papa Pio IX em julho de 1867.


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