Salomé, filha de Leszek, Príncipe da Cracóvia,
nasceu em 1211. Aos 3 anos de idade foi confiada ao Bispo da Cracóvia, o Beato
Vicêncio Kadlubek, para que ele a conduzisse à corte do soberano húngaro, André
II, pois um acordo com aquele rei tornara-a prometida como esposa de seu filho,
Kálmán (nome latinizado para Colomano), de seis anos. Acordos matrimoniais
deste gênero eram comuns naquela época e a menina desde pequena passou a viver
na corte do futuro sogro.
Com a autorização do Papa Inocêncio III, as
duas crianças foram coroadas e “governaram”, Halicz por cerca de três anos, até
que a cidade foi invadida pelo príncipe da Rutênia, Mistislaw, que os
aprisionou. Durante sua prisão, Salomé, que tinha cerca de nove anos,
pronunciou um voto conjunto de castidade com seu noivo.
Quando os húngaros reconquistaram Halicz, os
dois foram libertados e, finalmente, o casamento foi solenemente comemorado.
Em 1227, aos 16 anos, Salomé chegou à
maioridade, sempre se mantendo ligada ao voto de castidade e, apesar de sua
beleza, evitava a companhia de homens, vestia-se modestamente, não tomava parte
nas festas e diversões da corte e dedicava o tempo livre à oração.
Colomano governou a Dalmácia e a Eslovênia até
1241, quando morreu em uma batalha contra os Tártaros. Durante aquele período
Salomé protegia os conventos dos franciscanos e dos dominicanos.
Um ano após a morte de seu marido, voltou para
a Polônia onde, em 1245, junto com seu irmão Boleslau, fundou a igreja e o
convento dos franciscanos em Zawichost, o hospital e o mosteiro das Clarissas
pobres em Sandomierz, onde ela mesma vestiu o hábito religioso.
Diante da ameaça dos Tártaros, em março de 1259
uma parte das Clarissas se transladou para Skala, onde Salomé fundou um novo
mosteiro e o dotou com os utensílios e ornamentos litúrgicos.
Vinte e oito anos viveu a Beata Salomé no
silêncio do mosteiro, e foi modelo de penitência, de abnegação, de humildade,
de inocência e de caridade. Por muitos anos foi abadessa, boa, afável,
serviçal, amante do ideal da seráfica pobreza.
No dia 17 de novembro de 1268 foi agraciada com
uma aparição da Santíssima Virgem e de seu Filho; reuniu suas Irmãs e as
exortou à mútua caridade, à paz, à pureza de coração, à obediência sem limites
e ao desprendimento das coisas do mundo. Pouco depois as Irmãs viram uma
pequena estrela que, saindo da bem-aventurada mãe, se dirigia ao Céu. Salomé de
Cracóvia havia entregado sua bela alma a Deus na idade de 57 anos. Seus
despojos foram transladados mais tarde para a igreja dos Franciscanos de
Cracóvia, onde se encontram até hoje.
Seu culto foi aprovado pelo Papa Clemente X em 17 de
maio de 1672.
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