segunda-feira, 4 de novembro de 2019

04 de novembro - Beata Teresa Manganiello


Teresa Manganiello nasceu perto de Montefusco no dia 1º de janeiro de 1849, undécima de doze filhos de uma família de camponeses. Seus pais eram Romualdo Manganiello e Rosária Lepore, “honestos concidadãos” cheios de fé e de profunda piedade cristã. No dia seguinte ela recebeu o batismo na Igreja de São João del Vaglio.

Aos sete anos recebeu a Primeira Comunhão na igreja de Santo Egídio, anexa ao convento Capuchinho do mesmo nome.

Como muitas crianças camponesas do sul da Itália daquela época, não frequentou a escola e sempre cresceu à sombra da casa colonial edificada nos campos daquela zona do país. Adolescente, manifestou o desejo de consagrar sua vida a Deus. Em contínua união com Deus, Teresa desde jovenzinha convidava com gentileza suas companheiras a cultivar a pureza e o amor a Deus e ao próximo. Tinha predileção pelas crianças, que cuidava como mãe dedicada.

Teresa foi fulgurada pela santidade de Deus, ficando inflamada de caridade. Entre as principais ocupações desta terciária capuchinha estava a caridade para com o próximo. Era generosa antes de tudo na família: fadigas, trabalhos e várias incumbências encontravam-na sempre disponível e generosa, dia e noite, não só para cumprir a sua parte de serviço, mas também para aliviar a canseira à mãe, às irmãs e às próprias cunhadas. E na família encontrou também o modo de se santificar exercendo a paciência e a compreensão para com uma das suas cunhadas que a insultava continuamente.

Muitas testemunhas afirmaram que a sua generosidade não se detinha diante de nada nem de ninguém. Acolhia todos indistintamente, dos doentes aos mendigos, que naquele tempo eram numerosos nas aldeias. Para a nossa beata a caridade não era feita de palavras, mas de gestos concretos e generosos.

A sua biblioteca não foi a da escola, que ela nunca frequentou, mas da Palavra de Deus, que na cotidiana participação na missa, a educava e transformava. O povo chamava-a monja santa, mas depois da maturação espiritual, de camponesa ignorante de Montefusco, tornou-se a jovem sábia, exemplo e mestra de vida cristã.
Uma testemunha referiu que com o seu exemplo Teresa incutia o bem na cabeça de todos, dos irmãos aos amigos. Os testemunhos são concordantes ao dizer que a sua paciência enquanto suportava as humilhações induzia à bondade e à conversão.
Por exemplo, um sacerdote suspenso a divinis arrependeu-se porque edificado pela santidade de Teresa. Este episódio fez com que na congregação das religiosas franciscanas Imaculatinas, nascidas da sua inspiração, haja um compromisso especial de oração pelos sacerdotes.

O seu espírito de mortificação era consequência do seu desejo de oração e de íntima comunhão com a paixão de Cristo e com o seu sacrifício redentor. Na história da Igreja sempre existiram as santas penitentes e reparadoras, como por exemplo, santa Verónica, santa Jacinta, santa Rosa, a beata Ludovica, a beata Ângela de Foligno, todas as santas terciárias, santa Francisca das cinco chagas e santa Isabel da Hungria. Pode-se dizer que a juventude de Teresa foi um verdadeiro holocausto reparador.

Com frequência deitava sobre a comida cinzas e ervas amargas. Quando ia à santa missa, dava os tamancos à irmã e ela caminhava descalça. A oração e a penitência eram feitas longe de olhos indiscretos, numa gruta perto da sua casa. Em espírito de penitência, aceitou a doença, a tuberculose, com serenidade e também com alegria, sofrendo penas indizíveis com um sorriso nos lábios.

Hoje algumas destas formas de penitência são inusitadas e parecem incompreensíveis. Mas naquela época estas mortificações corporais eram frequentes para as almas sedentas de perfeição. Eram feitas sempre com a autorização explícita dos superiores religiosos, sobretudo dos padres espirituais, que naquele tempo eram severos.

Aos 20 anos, no auge da sua juventude, ingressou na Ordem Terceira Franciscana. O fruto mais bonito deixado por Teresa – mesmo não tendo ela podido vê-lo pessoalmente e gozá-lo nesta terra – é o Instituto das Irmãs Franciscanas Imaculatinas, fundado pelo Frei Capuchinho Padre Lodovico Acernese, mas propriamente inspirado em Teresa. 

Morreu aos 27 anos, em 4 de novembro de 1876, em conceito de santidade. O milagre que a levou à beatificação foi a cura de um homem casado, carteiro em Roma, que foi recuperado da morte já definida, com certeza, pelos médicos, por gravíssima afecção cardiovascular, pelas insistentes orações dirigidas à sua intercessão. Foi beatificada em 22 de maio de 2010 em Benevento – Itália.



Se a nossa cultura já não acredita no inferno, mas faz de tudo para transformar a existência num inferno, Teresa, ao contrário, acredita no Paraíso, e vive na terra transformando os seus poucos anos em momentos de luz e esplendor.


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