Aos 21 anos juntou-se aos fransciscanos na cidade de Loreto. Como irmão leigo, por muitos anos serviu como porteiro e jardineiro, com paciência e bom humor. Segundo seu biógrafo, irmão João, foi um frade exemplar, sempre o primeiro nas horas de orações, sempre apaziguando os espíritos e disposto ao serviço.
Como outros santos porteiros, ganhou reputação de realizar milagres, como multiplicação dos pães para os pobres, cura de enfermos, dom de profecia e, certa vez, teria pedido a Deus para jorrar água de uma pedra. Segundo a tradição popular, muitas vezes enquanto estava orando experimentava alegria tão grande que punha-se a dançar.
Um relato autêntico
é de um certo Martim Crespo, que estava determinado a matar por vingança os
assassinos de seu pai:
Numa sexta-Feira Santa houve uma
representação da Via Crucis. Assim como todos na cidade, segui o cortejo da
cruz através das ruelas. Num último esforço para mudar minhas intenções, meus
amigos me forçaram a ouvir a pregação de um padre. Ele concluiu de maneira
eloquente dizendo que deveria me arrepender e converter, em memória da Paixão
de Jesus Cristo. Mas seu discurso encontrou-me frio e indiferente. Então
exclamei em alta voz: "Pare de me atormentar, é inútil, jamais irei
perdoá-los". Irmão Pascal, que eu nem havia percebido até aquele momento,
tomou-me pela mão e me conduziu a um local mais tranquilo."Meu filho", disse ele, "não acabaste de ver uma representação da Paixão de Cristo?" então, com um olhar que penetrou meu coração, pediu "Pelo amor de Jesus Crucificado, meu filho, perdoa-os."
"Sim, padre", respondi, balançando
minha cabeça e concordando. "Pelo amor de Deus, eu os perdoo de todo meu
coração." e não mais me sentia mesma pessoa. Como por encantamento, um
lobo sedento de sangue transformou-se um cordeiro.
A multidão aguardava ansiosamente o
resultado da nossa misteriosa conversa. Quando Pascal anunciou que eu havia
perdoado meus inimigos, eles explodiram num longo aplauso. O pregador, no
entanto, parecia mortificado, pois as palavras de um mero irmão haviam sido
mais eficazes que a sua bela retórica.
Pascal é lembrado
principalmente pelas longas horas que passava em adoração ao Santíssimo
Sacramento. Devido a sua grande devoção, foi escolhido como patrono dos
congressos eucarísticos. Morreu em 17 de Maio de 1592, também dia de
Pentecostes. Segundo testemunhas, na missa de corpo presente, no momento da
consagração, teria aberto os olhos para adorar a Eucaristia uma última vez.
Foi beatificado
pelo Papa Paulo V em 19 de Outubro de 1618 e canonizado por Alexandre VIII em
16 de Outubro de 1690.
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