De origem
claramente espanhola, a festa do dia 18 de dezembro, é conhecida na liturgia
com o nome de "Expectação do parto de Nossa Senhora", e entre o povo
com o título de "Nossa Senhora do Ó".
Os dois nomes
têm o mesmo significado e objetivo: os anseios de Maria por ver o seu Filho
nascido.
Anseios de
milhares e milhares de gerações que suspiraram pela vinda do Salvador do mundo,
desde Adão e Eva, e que se recolhem e concentram no Coração de Maria, como no
mais puro e limpo dos espelhos.
A Expectação
(expectativa) do parto não é simplesmente a ansiedade, natural na mãe jovem que
espera o seu primogênito; é o desejo inspirado e sobrenatural da "bendita
entre as mulheres", que foi escolhida para Mãe Virgem do Redentor dos
homens.
Ao esperar o seu
Filho, Nossa Senhora ultrapassa os ímpetos afetivos de uma mãe comum e eleva-se
ao plano universal da Economia Divina da Salvação do mundo.
A última semana
do Advento, a Igreja denominou de semana da expectação do parto virginal de
Maria, e aí está a explicação desse Ó, as antífonas do Ofício começam pela
exclamação:
"Ó Sabedoria... vinde ensinar-nos o caminho da salvação";
"Ó rebento da Raiz de Jessé... vinde libertar-nos, não tardeis mais";
"Ó Sabedoria... vinde ensinar-nos o caminho da salvação";
"Ó rebento da Raiz de Jessé... vinde libertar-nos, não tardeis mais";
"Ó
Emanuel..., vinde salvar-nos, Senhor nosso Deus",
Exprime assim o altíssimo fervor e ardente desejo da Igreja, que suspira pela vinda de Jesus, inspiraram ao povo espanhol a formosa invocação de "Nossa Senhora do Ó".
Exprime assim o altíssimo fervor e ardente desejo da Igreja, que suspira pela vinda de Jesus, inspiraram ao povo espanhol a formosa invocação de "Nossa Senhora do Ó".
É ideia grande e
inspirada: a Mãe de Deus, posta à frente da imensa caravana da humanidade,
peregrina pelo deserto da vida, que levanta os braços suplicantes e abre o
coração enternecido, para pedir ao céu que lhe envie o Justo, o Redentor.
A festa de Nossa Senhora do Ó foi instituída no século VI pelo
décimo Concílio de Toledo.
Primeiro comemorava-se, no dia 18 de dezembro, a
Anunciação de Nossa Senhora e Encarnação do Verbo.
Santo Ildefonso estabeleceu-a definitivamente e deu-lhe o título
de "Expectação do parto".
Assim ficou sendo na Espanha e passou a muitas Igrejas da França,
etc.
Nossa Senhora do Ó é a padroeira de dezessete paróquias
portuguesas, situadas na sua maioria nas dioceses mais ao norte do país.
No Brasil, o culto iniciou-se desde o início da colonização, com o
Capitão donatário Duarte Coelho, na Capitania de Pernambuco. Tendo fundado a
vila de Olinda, nessa povoação erigiu-se uma Igreja sob a invocação de São João
Batista, administrada por militares, onde era venerada uma imagem de Nossa
Senhora da Expectação ou do Ó.
De acordo com Frei Vicente Mariano, também se tratava de uma
imagem pequena com cerca de dois palmos de altura, entalhada em madeira e
estofada, de autoria e origem desconhecida.
A tradição reputa esta imagem como milagrosa, tendo vertido
lágrimas em 28 de Julho de 1719.
A partir dessa primitiva imagem em Olinda, a devoção se espalhou em terras brasileiras graças a cópias na Ilha de Itamaracá, em Goiana, em Ipojuca e em São Paulo, nesta última em casa da família de Amador Bueno e na do bandeirante Manuel Preto que fundou a igreja e o bairro bem conhecidos até hoje.
Os bandeirantes , por sua vez levaram a devoção para Minas Gerais,
onde, em Sabará, se erige a magnífica Capela de Nossa Senhora do Ó, em estilo
indo-europeu.
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