terça-feira, 26 de maio de 2015

São Filipe Neri - Algumas Histórias

Na Festa de Pentecostes de 1544, Filipe erguia uma prece ao Senhor:
Enviai, Senhor, o vosso Espírito, e renovareis a face da Terra".
Enquanto rezava, sentiu seu coração encher-se "de grande e inusitada alegria, uma alegria feita de amor divino, mais forte e veemente que qualquer outra sentida antes".
Uma bola de fogo - símbolo do Espírito Santo - refulgiu diante dele, entrou por sua boca e pousou em seu coração. Num instante, viu-se tomado de excepcional amor e entusiasmo pelas coisas divinas, bem como de uma capacidade incomum de comunicá-los. Sua constituição física, não podendo conter o ímpeto da ação sobrenatural, modelou-se milagrosamente a ela: o coração aumentou de tamanho e buscou lugar entre a quarta e a quinta costelas, as quais se arquearam docilmente para dar-lhe um maior espaço.
Esse episódio milagroso, ocorrido na vigília de Pentecostes, passaria para a História como "o pentecostes de São Filipe Néri".
E os frutos de tamanho prodígio não se fizeram esperar: a doçura, a persuasão e o fogo da caridade, a humildade, a paciência e o devotamento, que ele viveu antes de morrer, e sua congregação continuou depois de sua morte.

“O Senhor Deus é bom, como não vai alegrar-se de que seus filhos riam? A tristeza nos faz dobrar o pescoço e não nos permite olhar o Céu. Devemos combater a tristeza, não a alegria. Deus se alegra conosco! Longe de mim, o pecado e a tristeza!”

Os jovens se comprimiam ao seu redor, para ouvi-lo falar das coisas do Céu, brincarem juntos, cantarem. Quando um adulto ranzinza reclamou do barulho, e Filipe respondeu: “Eles não cometem nenhum pecado!”. Seu método de evangelização era inovador, são Filipe Neri dizia para os jovens: “Tudo é permitido, menos o pecado e a tristeza!”

“Contanto que os meninos não pratiquem o mal, eu ficaria contente até se eles me quebrassem paus na cabeça”.

São Felipe foi amigo de vários Papas: Clemente VIII, a quem curou milagrosamente de uma gota com um forte aperto de mão, Paulo IV, São Pio V e Gregório XIV. Manteve amizade também com vários outros santos: o Cardeal São Carlos Borromeu, que, ajoelhado diante dele, pediu-lhe várias vezes que o deixasse beijar suas mãos; Santo Inácio de Loyola, que gostava de estar junto dele, em silêncio, para admirá-lo e deu-lhe o apelido de "o Sino", dando a seguinte explicação: "Assim como um sino de paróquia, que chama todo mundo para a igreja e permanece no seu lugar, este homem apostólico faz os outros entrarem na vida religiosa e permanece de fora"; o Beato Alexandre Sauli, apóstolo da Córsega; São Camilo de Lélis, que sob sua orientação fundou a Congregação dos Clérigos Regulares para serviço dos enfermos.

Muito humilde, escondia os dons que o Senhor lhe dava em abundância. Tinha o dom da clarividência, e se um penitente omitia na confissão algum pecado, ele dizia: "Falta tal pecado". Mas se alguém lhe perguntasse: "Como sabes que cometi também esse pecado?", sua resposta seria: "Pela cor do teu cabelo!".
Evitava assim revelar o dom de discernimento dos espíritos com o qual a Providência o dotara.

Filipe escolheu as regiões mais pobres e em todos os bairros, mesmo nos de pior fama, pregava ao ar livre a ouvintes benévolos e obtinha conversões extraordinárias Sua fórmula para interpelar um pecador consistia em pousar a mão em seu ombro, no lugar onde o encontrasse, e dizer: "Vamos ver, irmão, é hoje que nos decidimos a comportar-nos bem?".

Filipe obtinha de Deus o favor de muitos milagres, que o povo não deixava de relacionar com a eficácia de suas preces. Para evitar isso, ele arranjou uma grande bolsa, onde afirmava estarem preciosas relíquias. Tocava os enfermos com ela, e quando algum se curava, atribuía o fato ao poder das relíquias. Esse argumento convenceu a muitos, até o dia em que se fez uma grande descoberta: a sacola estava vazia!

Filipe foi acometido de  grave doença, tendo os médicos o examinado e,  saindo do quarto desanimados, ouviram  o doente exclamar: "Ó minha Senhora, ó dulcíssima e  bendita Virgem!".   
Voltaram para ver o que tinha acontecido e encontraram o Santo elevado sobre o leito e, em êxtase, exclamou: "Não sou digno, não sou digno de  vós, ó dulcíssima Senhora, que venhais visitar-me!".   
Os médicos, respeitosos, indagaram ao doente o que sentia. Este, voltando a si e  tomando a posição costumeira no leito, perguntou:
"Não a vistes, a Santíssima Virgem, que me livrou das  dores?”
De fato se levantou completamente curado, e viveu mais um ano. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário