Bernardino nasceu em Massa,
perto de Siena, em 1380. Cedo perdeu os pais e sua educação foi confiada a uma
tia, de nome Diana, mulher de grande e sólidas virtudes.
Menino ainda manifestou uma
predileção declarada pela oração, pela vida religiosa e pelo estudo.
Um dia, Bernardino
confidenciou à tia que achava-se enamorado de uma donzela formosíssima e lhe
faltaria paz e sossego se não a visitasse diariamente.
A piedosa Diana, ao ouvir
tal declaração, não pouco se assustou sem, porém, dar demonstração de desassossego.
Para descobrir o segredo de
Bernardino, observou-o atentamente e qual não foi a sua alegria quando soube
que a querida de Bernardino era Maria Santíssima, a Virgem Imaculada, cuja
imagem belíssima encontrava-se às portas da cidade.
Bernardino contava 20 anos,
quando sua terra foi visitada pela peste, tendo com muita dedicação tratado dos
doentes no hospital, serviço esse que perdurou quatro meses, quando se sentiu
acometido por violenta febre.
Reconvalesceu, porém, e foi
morar num subúrbio de Siena, onde, com extremo fervor, dedicou-se às obras de
caridade para conhecer a vontade de Deus, relativa à sua vocação.
Após longo exame, decidiu-se
pelo hábito de São Francisco e foi admitido na ordem.Em pouco tempo admitiu tal
popularidade que era chamado o "Apóstolo da Itália". As
igrejas foram ficando pequenas para comportar o povo e em muitos lugares as
práticas eram feitas ao ar livre.
Em determinada cidade atacou
com tal vigor a jogatina que não havia mais quem quisesse pegar no baralho. Um
homem queixoso apresentou-se ao Santo homem, pois vivia do fabrico de cartas de
jogo, pois, fechadas as espeluncas, não vendia os dantes procurados artigos.
Bernardino, consolando-o, recomendou-lhe que fabricasse santinhos e objetos de
devoção, no que foi atendido, e o homem, em vez de continuar queixoso, muito
lhe agradeceu, pois muito maior lhe foi em seguida o lucro com a venda desses
produtos.
Três vezes foi-lhe oferecida
a dignidade episcopal, uma dessas, inclusive, pelo próprio Papa. Bernardino, porém,
negou-se a aceitá-la, alegando que esperava fazer maior bem no apostolado da
pregação.
Naquela época, a Europa
vivia grandes calamidades, como a peste e as divisões das facções políticas e
religiosas, que provocavam morte e destruição. Por onde passava, Bernardino
restituía a paz, com sua pregação insuperável, ardente, empolgante, até mesmo
usando de recursos dramáticos, como as fogueiras onde queimava livros
impróprios, em praça pública.
Além disso, como era
grande devoto de Jesus, ele trazia as iniciais JHS - Jesus Salvador dos Homens
- entalhadas num quadro de madeira, que oferecia para ser beijado pelos fiéis
após discursar.
Inimigos surgiram-lhe nas
pessoas que mais se sentiram melindradas pelas suas verberações francas e
evangélicas. De parte desses, vieram muitas calúnias e perseguições
atrozes. Bernardino, porém, não deixou intimidar-se, defendendo-se curta e
claramente, deixando o resto a Deus.
Quando, pela primeira vez,
em companhia de um irmão leigo, passava a sacola esmolando pelas ruas da
cidade, uns meninos mal educados passaram a zombar do Santo e a atirar-lhe
pedras. O companheiro, indignado com tal desconsideração, quis reagir e
dar-lhes a merecida paga.Bernardino, porém disse-lhe:
"Deixa os
meninos divertirem-se. Que mal faz?
Não nos ajudam a
ganhar o céu com a prática da paciência?"
No ano de 1444, o Santo
achava-se no caminho de Nápoles, onde ia pregar uma missão. Chegando a Aquila
achou-se tão doente, que pediu os Santos Sacramentos, da Extrema Unção e do
Viático. Pressentindo a morte, pediu que o deitassem ao chão sobre a cinza,
elevou os olhos ao céu e nesta posição entregou a alma ao Criador.
Depois de apenas seis anos,
em 1450, o Papa Nicolau V o canonizou.
“Deus criou todas as
coisas para o homem e o homem para Si.”
“O nome de Jesus é a síntese
de todo o Evangelho.”
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