(...) Venho hoje aqui, porque exatamente neste mesmo dia do mês,
no ano passado, se dava, na Praça de São Pedro, em Roma, o atentado à vida do
Papa, que misteriosamente coincidia com o aniversário da primeira aparição em
Fátima, a qual se verificou a 13 de Maio de 1917.
Estas datas encontraram-se entre si de tal maneira, que me pareceu
reconhecer nisso um chamamento especial para vir aqui. E eis que hoje aqui
estou. Vim para agradecer à Divina Providência, neste lugar, que a Mãe de Deus
parece ter escolhido de modo tão particular.
"Misericordiae Domini, quia non sumus consumpti" - Foi
graças ao Senhor que não fomos aniquilados - repito uma vez mais com o Profeta.
Vim, efetivamente, sobretudo para aqui proclamar a glória do mesmo
Deus:
"Bendito seja o Senhor Deus, Criador do Céu e da Terra",
quero repetir com as palavras da Liturgia de hoje.
E ao Criador do Céu e da Terra elevo também aquele especial hino de glória, que é Ela própria: a Mãe Imaculada do Verbo Encarnado:
"Abençoada sejas, minha filha, pelo Deus Altíssimo /
Mais do que todas as mulheres sobre a Terra... / A confiança que tiveste não
será esquecida pelos homens, / E eles hão-de recordar sempre o poder de Deus. /
Assim Deus te enalteça eternamente".
Na base deste canto de louvor, que a Igreja entoa com alegria,
aqui como em tantos lugares da terra, está a incomparável escolha de uma filha
do gênero humano para ser Mãe de Deus.
E por isso seja sobretudo adorado Deus: Pai, Filho, e Espírito
Santo.
Seja bendita e venerada Maria, protótipo da Igreja, enquanto
"habitação da Santíssima Trindade".
Papa João Paulo II
Missa no Santuário de Fátima - 13/051982
No seu Livro: Memória e Identidade o Papa João paulo II mais uma vez afirmou que Nossa Senhora de Fátima ajudou a mantê-lo vivo durante todo o
seu calvário:
"Eu poderia esquecer que o evento (Tentativa de
assassinato de Ali Agca) na Praça de São Pedro teve lugar no dia e na hora em
que a primeira aparição da Mãe de Cristo aos pastorzinhos estava sendo lembrada por 60 anos em
Fátima, Portugal?
Mas em tudo o que aconteceu comigo naquele mesmo dia, senti
que a proteção extraordinária maternal e cuidadosa, acabou por ser mais forte
do que a bala mortal."
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