terça-feira, 5 de maio de 2015

Maria Virgem


Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Deus Conosco. (Is 7,14)

Maria perguntou ao anjo: Como se fará isso, pois não conheço homem? Respondeu-lhe o anjo: O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus. (Lc 1, 34-35)

Eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo. (Mt 1,20)

O aprofundamento da fé na maternidade virginal levou a Igreja a confessar a virgindade real e perpétua de Maria, mesmo no parto do Filho de Deus feito homem. Com efeito, o nascimento de Cristo não diminuiu, antes consagrou a integridade virginal da sua Mãe. (CIC 499)

Conferindo as Escrituras e lendo os escritos dos Santos Padres, o Concílio de Latrão, no ano 649, preconizou, como verdade de fé a Virgindade Perpétua de Maria. O Papa Martinho I promulgou que Maria concebeu por obra e graça e Espírito Santo, permanecendo Virgem intacta antes, durante e após o parto.

Virgem antes do parto – A concepção virginal de Maria quer dizer que a encarnação de Jesus é uma nova criação de Deus, um presente divino à humanidade. Anuncia a radical novidade do amor de Deus, que traz seu Filho ao mundo. Deus poderia ter realizado a encarnação de Jesus a partir de uma relação conjugal entre José e Maria, isso não diminuiria em nada a divindade de Jesus e a sua santidade. No entanto, aconteceu de forma diferente, por pura graça e iniciativa de Deus, e a participação de Maria.

Podemos dizer que a concepção virginal é a porta de entrada de Jesus na humanidade e a ressurreição é a porta de saída, ao reencontro com o Pai.

Virgem depois o parto – A Igreja afirma que Maria não teve outros filhos além de Jesus. No Evangelho a expressão “irmãos” de Jesus, não pode ser tomada no sentido literal, pois o termo designava outros parentes próximos como primos.
Embora a Bíblia seja a Palavra de Deus, nós católicos também temos a Tradição e o Magistério da Igreja. Os cristãos dos primeiros séculos reconheciam que Maria era especialmente abençoada por Deus e que ela viveu a Boa-Nova de Jesus até a sua raiz.
Assim nos hinos, sermões, orações, cartas e outros depoimentos dos primeiros séculos, percebe-se a convicção de que Maria, por opção de vida, dedicou-se de corpo e alma à causa de Jesus e do Evangelho, renunciando a vida conjugal com José e a ter outros filhos. A sua maternidade já não se limitava à família, mas no seguimento de Cristo.

Virgem durante o parto – No Lumen Gentium se afirma que a maternidade de Maria “não lesou a sua integridade mas antes a consagrou”.
Santo Agostinho sustenta:
"Maria permanece virgem ao conceber seu Filho, virgem como gestante, virgem ao dá-Lo à luz, virgem ao alimentá-Lo em seu seio, sempre virgem. Por que te admiras disso, ó homem? Uma vez que Deus Se dignou fazer-Se homem, convinha que nascesse desse modo".

A virgindade no parto tem grande força simbólica. Em Gn 3,16 se diz que uma das marcas do pecado no mundo é a dor de parto e a dominação do homem sobre a mulher. A interpretação metafórico-simbólica do dogma nos diz que, no nascimento de Jesus, foi quebrada essa maldição. Ele é o novo ser humano, que abre para nós um caminho original, cheio de bênçãos, no qual serão superadas a dominação e a dor, a começar do nascimento.

A virgindade perpétua da Mãe de Deus é sintetizada nesta fórmula: Maria foi virgem antes do parto, no parto e depois do parto. Estes três elementos do dogma afirmam a concepção virginal de Jesus, pois Maria foi mãe por virtude divina, sem concurso humano; o nascimento milagroso de Jesus, "o qual não só não lesou a integridade de sua Mãe, mas também a consagrou"; e a integridade de Maria Santíssima depois do nascimento de seu Divino Filho.

Já os livros do Antigo Testamento trazem imagens e profecias sobre a virgindade de Maria como comenta São Bernardo:
"Que prefigurava em seu dia aquela sarça ardendo sem consumir-se? A Maria dando a luz sem dor alguma. E a vara de Aarão, que floresce misteriosamente, sem havê-la plantado? À Virgem, que concebeu sem concurso de varão. E será Isaías quem melhor nos formule o maior mistério deste prodigioso milagre. ‘Germinará uma vara do tronco de Jessé, e de sua raiz brotará uma flor', assim deixa representada a Virgem na vara, e seu parto na flor".



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