sábado, 2 de março de 2019

02 de março - Deixai vir a mim as crianças. Não as proibais, porque o Reino de Deus é dos que são como elas. Mc 10,14


Tantas crianças, desde o início, são rejeitadas, abandonadas, privadas de sua infância e do seu futuro. Alguém ousa dizer, quase que para se justificar, que foi um erro fazê-las vir ao mundo. Isso é vergonhoso! Não descarreguemos nas crianças as nossas culpas, por favor! As crianças nunca são um “erro”. A sua fome não é um erro, como não o é a sua pobreza, a sua fragilidade, o seu abandono – tantas crianças abandonadas pelas estradas; e não o é nem mesmo sua ignorância ou sua incapacidade – tantas crianças que não sabem o que é uma escola. Estes são motivos para amá-las mais, com mais generosidade. O que fazemos das solenes declarações dos direitos do homem e dos direitos das crianças se depois punimos as crianças pelos erros dos adultos?

Cada criança marginalizada, abandonada, que vive pelo caminho mendigando e com todo tipo de meios, sem escola, sem cuidados médicos, é um grito que salta a Deus e que acusa o sistema que nós adultos construímos.

Uma vez Jesus repreendeu os seus discípulos porque afastavam as crianças que os pais lhe levavam, para que as abençoasse. É comovente a narração evangélica: “Então lhe foram levadas as crianças para que impusesse as mãos e rezasse; mas os discípulos as repreendiam. Jesus, porém, disse: ‘Deixai, não impedis que as crianças venham a mim; quem é como elas, de fato, pertence ao reino dos céus’. E depois de ter imposto as mãos sobre elas, foi embora de lá”. Que bela essa confiança dos pais e essa resposta de Jesus! Como gostaria que essa página se tornasse a história normal de todas as crianças! É verdade que graças a Deus as crianças com graves dificuldades encontram muitas vezes pais extraordinários, prontos a qualquer sacrifício e a toda generosidade. Mas estes pais não deveriam ser deixados sozinhos! Deveríamos acompanhar o cansaço deles, mas também oferecer a eles momentos de alegria partilhada e de alegria despreocupada, para que não sejam tomados somente pela rotina terapêutica.

Papa Francisco – 08 de abril de 2015

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