Que a palavra de Deus nos ensine hoje este
caminho: olhar para o crucifixo. Sobretudo no momento em que, como o povo de
Deus, nos cansamos da viagem da vida.
O povo protestava contra Deus e Moisés: Por que
nos fizestes sair do Egito, para nos deixar morrer no deserto? Pois não há pão
nem água e estamos enjoados desta comida tão ligeira! Parece até que queriam um
cozinheiro que lhes preparasse algo saboroso. E esta, não é uma ilusão: isto
acontece com todos nós, quando queremos seguir o Senhor mas nos cansamos.
Em tudo isto, o que é pior? Que o povo falou
mal de Deus. Moisés julgava que falassem mal só dele, mas Deus disse-lhes
claramente: “Não erres: não é contra ti, mas contra mim!”. E aqui é introduzida
a figura das serpentes, porque falar mal de Deus é envenenar a própria alma:
“Este Deus deixou-me só”; talvez não o digamos, mas sentimo-lo: “não me
ajuda... tantas provações... este caminho árido, tudo está errado...”. Assim
chegam a desilusão do Deus que nos prometeu tanto e a falta de perseverança no
caminho: “Paro aqui” — “Mas que farás aqui?” — “Não sei, se eu puder volto,
caso contrário, fico...”. O coração deprimido, envenenado. Com efeito, as
serpentes são precisamente o símbolo do envenenamento, da falta de constância
no seguimento do caminho do Senhor».
Eis, então, que Moisés intercede: “Senhor, que
fazemos com este povo?”. E o Senhor diz-lhe: “Faz uma serpente...”.
Dado que esta serpente curava todos aqueles que
tinham sido mordidos, atacados pelas serpentes, por ter falado mal de Deus, ele
era profético: era a figura de Cristo na cruz. O próprio Jesus diz isto no
Evangelho: Quando elevardes o Filho do Homem, sabereis quem sou.
Portanto, o crucifixo erguido com a serpente. Eis a chave da nossa salvação, a
chave da nossa paciência no caminho da vida, a chave para superar os nossos
desertos: olhar para o crucifixo. Fitar Cristo crucificado.
Papa Francisco – 20 de
março de 2018
Hoje celebramos:
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