No encontro com a samaritana, Jesus pede água,
mas é ele quem dá de beber e promete-lhe a “água viva”. A samaritana não
entende imediatamente as palavras de Jesus, as interpreta como sede física, mas
desde o início Jesus dava um sentido espiritual.
O seu desejo sempre visava outra sede, conforme
explicou à samaritana: Se você conhecesse o dom de Deus, e quem lhe está
pedindo de beber, você é que lhe pediria. E ele daria a você água viva.
A sede Jesus parece se extinguir somente quando
ele se proclama fonte de água viva e abre à promessa do dom do Espírito.
A sede é o selo do cumprimento de sua obra e,
ao mesmo tempo, do forte desejo de doar o Espírito, verdadeira água viva capaz
de saciar radicalmente a sede do coração humano.
A sede da qual Jesus fala é uma sede
existencial que se extingue, quando a nossa vida se converge em direção ao
Senhor.
Ter sede, é ter sede Dele. Somos chamados a
viver de uma centralidade cristológica: sair de nós mesmos para buscar em
Cristo aquela água que sacia a nossa sede.
A sede de Jesus é a sede de dar água viva, a
sede de conceder à Igreja o dom da água viva. Para os fiéis, a sede de água
viva é a sede de aprofundamento da fé, sede de penetrar no mistério de Jesus,
sede do Espírito. Para Jesus, a sede é o desejo de comunicar todos esses dons.
A sede de Jesus ilumina e responde à sede de
Deus à falta de sentido e verdade, ao desejo de todo ser humano de ser salvo,
mesmo que seja um desejo oculto ou enterrado debaixo dos detritos existenciais.
O “Tenho sede”, proclamado por Jesus, envolve a
Igreja de todos os tempos, em particular a nossa. O Espírito continua nos
fazendo ouvir a voz de Jesus que nos diz: “Tenho sede!”
O Espírito é a força motriz da vida da Igreja e
da vida de todo cristão. Por isso, precisamos do Espírito Santo e devemos
redescobrir a fé em seu poder. Muitas vezes o Espírito Santo permanece
completamente esquecido. Devemos redescobrir o Espírito Santo, porque sem Ele a
Igreja é somente memória, o que fazemos é somente uma recordação do que foi. É
o Espírito que diz: o cristianismo é também presente e futuro.
Somos chamados a viver na esperança toda
situação da vida. Às vezes, somos uma Igreja em que falta a vivacidade do
Espírito, a juventude do Espírito. É o Espírito que nos dá o sentido de
plenitude, o sentido da missão e que nos torna uma Igreja em saída.
Pe. José Tolentino de
Mendonça - 20 de fevereiro de 2018
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