Na vida da nova santa, a primeira basca
a ser canonizado, a ação do Espírito se manifesta de maneira singular. Este
último a guiou ao serviço dos doentes e a preparou para ser mãe de uma nova
família religiosa.
Santa Maria Josefina viveu sua vocação
como autêntica apóstola no campo da saúde, pois seu estilo de cuidar procurava
combinar atenção material com atenção espiritual, visando, de todos os modos, a
salvação das almas. Apesar da doença que a atingiu nos últimos doze anos de sua
vida, ela não poupou esforços ou sofrimentos e dedicou-se completamente ao
serviço de caridade do paciente em um clima de espírito contemplativo,
lembrando que "a assistência não consiste apenas em dar remédios e comida
para o paciente; existe um tipo de assistência completamente diferente ... é o
do coração, tentando se adaptar à pessoa que sofre ".
Papa João Paulo II –
Homilia de canonização – 01 de outubro de 2000
Primeira filha do serralheiro Barnabé Sancho e
da doméstica Petra de Guerra, Maria Josefina nasceu na cidade de Vitória, na
Espanha, em 07 de setembro de 1842. Foi batizada no dia seguinte. Tendo ficado
órfã de pai ainda criança, sua mãe foi quem a preparou para receber a Primeira
Comunhão. Ela tinha, então, dez anos. Seus estudos foram completados em Madri,
estando ela em casa de parentes. Desde cedo, demonstrou profunda devoção à
Santa Eucaristia e também a Nossa Senhora. Ainda menina demonstrava
apreço para com a vida interior e grande caridade para com os pobres e os
doentes.
Aos dezoito anos Maria Josefina voltou à sua
terra natal, Vitória. Nesse retorno, logo aflorou seu desejo de ingressar num
mosteiro, sentindo-se atraída pela vida religiosa, especialmente a de clausura.
Assim, decidiu ingressar no Instituto Servas de Maria, que tinha sido fundado
recentemente em Madri, por uma freira chamada madre Soledade Torres Acosta.
Porém, quando chegou a época de fazer a
profissão religiosa, graves dúvidas assaltaram seu coração, enchendo-a de
incertezas sobre seu chamado para aquele determinado Instituto. Procurou vários
confessores. Chegou a dizer que tinha se equivocado na escolha da vocação e
sofreu com isso. Porém, a orientação do futuro Santo Antônio Maria Claret,
então arcebispo de Saragoça, somada a profundas e serenas conversas com a madre
Soledade, fizeram amadurecer em seu coração a possibilidade de fundar um novo
Instituto Religioso, que atendesse mais diretamente aos apelos de seu coração:
dedicação aos doentes, tanto em casa quanto nos hospitais. Assim, após este
período de dúvidas e discernimento, ela fundou o Instituto das Servas de Jesus,
no ano 1871, na cidade de Bilbao. Maria Josefina tinha, então, vinte e nove
anos.
Maria Josefina foi a Madre Superiora do
Instituto por quarenta e um anos. O carisma e a espiritualidade
desenvolvidos por ela se resumem num grande amor a Jesus Eucarístico e ao seu
Sagrado Coração; adoração profunda ao mistério da Redenção; participação nas
dores de Cristo e uma dedicação completa ao serviço dos enfermos. Tudo isso
vivido num espírito contemplativo.
Uma longa enfermidade manteve Madre Maria Josefina
numa cama ou numa poltrona. Por isso, ela sofreu muito e vários anos antes de
sua morte. Porém, em nenhum momento deixou sua atividade. Cultivou uma intensa
correspondência com as novas casas e as irmãs do instituto. Assim, ela tornou
sólidas as bases do instituto que fundara. Quando de sua morte, ocorrida no dia
20 de março de 1912, havia já milhares de irmãs suas seguidoras, ativas em
quarenta e três casas. Sua morte foi bastante sentida por toda a região. Seus
funerais tiveram grande manifestação do povo, que já a reconhecia como santa.
Os restos mortais de Santa Maria Josefina foram levados para a Casa-Mãe, na
cidade de Bilbao.
Hoje a Obra de contemplação e caridade fundada
por Santa Maria Josefina encontra-se na Europa, Ásia e América Latina. As
Servas procuram seguir os passos da fundadora, levando pão aos famintos,
acolhendo os doentes e vários outros necessitados, criando casas para idosos,
incrementando a pastoral da saúde e tantas outras obras de caridade.
Santa Maria Josefina foi beatificada em 1992
pelo Papa João Paulo II e canonizada em 01 de outubro de 2000, pelo mesmo Papa.
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