O Evangelho nos mostra que aquele jovem, que
veio correndo ao encontro de Jesus, era muito rico. Entendemos esta riqueza não
apenas no plano material. A própria juventude é uma riqueza singular. É preciso
descobri-la e valorizá-la. Jesus lhe deu tal valor que convidou esse jovem para
participar de sua missão de salvação. Tinha todas as condições para uma grande
realização e uma grande obra.
Mas o jovem se entristeceu com o convite. Foi
embora abatido e triste. Este episódio nos faz refletir mais uma vez sobre a
riqueza da juventude. Não se trata, em primeiro lugar, de bens materiais, mas
da própria vida, com os valores inerentes à juventude. Provém de uma dupla
herança: a vida, transmitida de geração em geração, em cuja origem primeira
está Deus, cheio de sabedoria e de amor; e a educação que nos insere na
cultura, a tal ponto que, em certo sentido, podemos dizer que somos mais filhos
da cultura e por isso da fé, do que da natureza. Da vida brota a liberdade que,
sobretudo nesta fase se manifesta como responsabilidade. E o grande momento da
decisão, numa dupla opção: uma quanto ao estado de vida e outra quanto à
profissão. Responde à questão: que fazer com a vida?
Em outras palavras, a juventude se afigura como
uma riqueza porque leva à descoberta da vida como um dom e como uma tarefa. O
jovem do Evangelho percebeu a riqueza de sua juventude. Foi até Jesus, o Bom
Mestre, para buscar uma orientação. Mas na hora da grande opção não teve
coragem de apostar tudo em Jesus Cristo e saiu dali triste e abatido.
Jesus ressentiu-se com a tristeza e a
mesquinhez do jovem que o viera procurar. Os Apóstolos, como todos e todas vós
hoje, preenchem esta lacuna deixada por aquele jovem que se retirou triste e
abatido. Eles e nós estamos alegres porque sabemos em quem acreditamos. Sabemos
e testemunhamos com nossa própria vida que só Ele tem palavras de vida eterna.
Por isso, com São Paulo, podemos exclamar: alegrai-vos sempre no Senhor.
Não desperdiceis vossa juventude. Não tenteis
fugir dela. Vivei-a intensamente. Consagrai-a aos elevados ideais da fé e da
solidariedade humana.
Papa Bento XVI – 10 de
maio de 2007
Hoje celebramos:
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