O Evangelho descreve o milagre da multiplicação
dos pães, que Jesus realiza para uma multidão de pessoas que O seguiram com a
intenção de O ouvir e ser curados de várias enfermidades. Ao cair da noite, os
discípulos sugerem a Jesus que mande embora a multidão, para que possa ir
alimentar-se. Mas o Senhor tem outra coisa em mente: “Dai-lhe vós mesmos de
comer”. Eles, no entanto, só têm “cinco pães e dois peixes”. Então,
Jesus realiza um gesto que faz pensar no sacramento da Eucaristia: “Elevando os
olhos ao céu, abençoou-os. Partindo em seguida os pães, deu-os aos seus
discípulos, que os distribuíram ao povo”. O milagre consiste na partilha
fraterna de poucos pães que, confiados ao poder de Deus, não só são suficientes
para todos, mas chegam a sobejar, a ponto de encher doze cestos. O Senhor pede
aos discípulos que distribuam o pão à multidão; deste modo, orienta-os e
prepara-os para a futura missão apostólica: com efeito, deverão levar a todos a
alimentação da Palavra de vida e do Sacramento.
Neste sinal prodigioso entrelaçam-se a
encarnação de Deus e a obra da redenção. Com efeito, Jesus “desce” da barca
para ir ao encontro dos homens. São Máximo, o Confessor, afirma que a Palavra
de Deus se dignou, por amor a nós, fazer-se presente na carne, derivada de nós
e em conformidade conosco, exceto no pecado, expondo-nos ao ensinamento com palavras
e exemplos que nos são convenientes.
O Senhor oferece-nos aqui um exemplo eloquente
da sua compaixão pelas pessoas. No pão de Cristo está presente o amor de Deus;
no encontro com Ele, nós alimentamo-nos, por assim dizer, do próprio Deus vivo,
e comemos verdadeiramente o “pão do céu”. Caros amigos, na Eucaristia, Jesus
faz de nós testemunhas da compaixão de Deus por cada irmão e irmã; nasce assim,
à volta do mistério eucarístico, o serviço da caridade para com o próximo.
Papa Bento XVI – 01 de agosto
de 2010
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