quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

24 de janeiro - Jesus se retirou para a beira do mar, junto com seus discípulos. Muita gente da Galileia o seguia. Mc 3,7


“Muita gente da Galileia o seguia”. Pode-se pensar que aquela gente segue Jesus por interesse próprio, para obter algo; talvez: a saúde, uma palavra de conforto. Talvez, a pureza de intenção não era total, não era perfeita, é sempre uma mistura, também em nós. De resto, quantas vezes até nós seguimos Jesus por algum interesse, por alguma coisa, porque é conveniente. Com efeito a pureza de intenção é uma graça que se encontra no caminho: o importante é seguir Jesus, caminhar atrás de Jesus.

Por conseguinte, o Evangelho conta-nos acerca desta gente que ia atrás de Jesus, caminhava, procurava-o porque havia n’Ele algo que a atraía: aquela autoridade com a qual ele falava, as coisas que dizia e como as dizia, fazia-se compreender. E além disso Jesus curava e muitas pessoas seguiam-no para que ele as curasse. A ponto que algumas vezes Jesus reprovou, quando se apercebeu que o procuravam com tanto interesse material: por exemplo, aquela vez que disse ao povo, depois da multiplicação dos pães.

Na realidade, o problema maior não eram aqueles que seguiam Jesus, mas os que ficavam parados, os homens parados, que estavam, na margem do caminho, olhavam, sentados. Marcos, no seu Evangelho, escreve que estavam sentados alguns escribas, os quais não seguiam Jesus mas não caminhavam na própria vida, nunca arriscavam, só julgavam: eram os puros e não se intrometiam. E também as suas opiniões eram categóricas. Pensavam consigo mesmos: Que gente ignorante, que gente supersticiosa! Mas, quantas vezes também a nós, quando vemos a piedade das pessoas simples, nos vem em mente aquele clericalismo que tanto mal faz à Igreja e julgamos as pessoas simples pensando que são supersticiosas.

Sem dúvida, o povo é pecador, como eu sou pecador, todos o somos. Mas o povo procura Jesus, procura algo, procura a salvação. Ao contrário, aquele grupo de homens parados estavam ali, na varanda, a olhar e a julgar.
Ao contrário, o povo que seguia Jesus arriscava. Ele arriscava para encontrar Jesus, para encontrar o que queria.

Papa Francisco – 13 de janeiro de 2017

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