segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

07 de janeiro - Levavam-lhe todos os doentes, que sofriam diversas enfermidades e tormentos: endemoninhados, epilépticos e paralíticos. E Jesus os curava. Mt 4,24


O Evangelho de hoje apresenta-nos Jesus que, pregando e curando muitos doentes. Pregar e curar: esta é a atividade principal de Jesus na sua vida pública. Com a pregação Ele anuncia o Reino de Deus e com as curas demonstra que está próximo, que o Reino de Deus se encontra no meio de nós.

Ao pôr-do-sol, quando, tendo terminado o sábado, o povo pode sair e levar-lhe os doentes, cura uma multidão de pessoas atormentadas por doenças de todos os gêneros: físicas, psíquicas, espirituais. Tendo vindo à terra para anunciar e realizar a salvação de todo o homem e de todos os homens, Jesus mostra uma particular predileção por quantos estão feridos no corpo e no espírito: os pobres, os pecadores, os possuídos pelo demônio, os doentes, os marginalizados. Assim Ele revela-se médico tanto das almas como dos corpos, bom Samaritano do homem. É o verdadeiro Salvador, Jesus cura, Jesus sara.

Esta realidade da cura dos doentes por parte de Cristo convida-nos a refletir sobre o sentido e o valor da doença. A obra salvífica de Cristo não acaba com a sua pessoa e no espaço da sua vida terrena; ela continua mediante a Igreja, sacramento do amor e da ternura de Deus pelos homens. Ao enviar em missão os seus discípulos, Jesus confere-lhes um duplo mandato: anunciar o Evangelho da salvação e curar os enfermos. Fiel a este ensinamento, a Igreja considerou sempre a assistência aos enfermos uma parte integrante da sua missão.

“Tende sempre convosco os pobres e os sofredores”, admoesta Jesus, e a Igreja encontra-os continuamente no seu caminho, considerando as pessoas doentes como uma via privilegiada para encontrar Cristo, para o acolher e servir. Curar um doente, acolhê-lo, servi-lo, é servir Cristo: o doente é a carne de Cristo.

Isto acontece também no nosso tempo, quando, não obstante os multíplices progressos da ciência, o sofrimento interior e físico das pessoas suscita fortes interrogações sobre o sentido da doença e da dor e acerca do porque da morte. Trata-se de perguntas existenciais, às quais a ação pastoral da Igreja deve responder à luz da fé, tendo diante dos olhos o Crucificado, no qual sobressai todo o mistério salvífico de Deus Pai, que por amor aos homens não poupou o próprio Filho. Por conseguinte, cada um de nós está chamado a levar a luz da Palavra de Deus e a força da graça a quantos sofrem e a quantos os assistem, familiares, médicos e enfermeiros, para que o serviço ao doente seja prestado sempre com mais humanidade, amor evangélico e ternura. A Igreja mãe, pelas nossas mãos, acaricia os nossos sofrimentos e cuida das nossas feridas, e fá-lo com ternura de mãe.
Papa Francisco – 08 de fevereiro de 2015

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