terça-feira, 8 de janeiro de 2019

08 de janeiro - Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados. Jo 6,11

Jesus está na margem do lago da Galileia, circundado por uma grande multidão, atraída pelos sinais que realizava em favor dos doentes. Nele age o poder misericordioso de Deus, que cura todos os males do corpo e do espírito. Mas Jesus não é só alguém que cura, é também mestre: com efeito sobe ao monte e senta-se, na típica atitude do mestre quando ensina. A este ponto Jesus, que bem sabe o que está para fazer, põe os seus discípulos à prova. Que fazer para matar a fome a toda aquela gente? Filipe, um dos Doze, faz um cálculo rápido: organizando uma coleta, poder-se-ão no máximo recolher duzentos denários para comprar pão, que contudo não seria suficiente para matar a fome a cinco mil pessoas.

Os discípulos raciocinam em termos de mercado, mas Jesus substitui a lógica do comprar com a outra lógica, a lógica do doar. E eis que André apresenta um jovem que põe à disposição tudo aquilo que possui: cinco pães e dois peixes; mas, que é isso para tanta gente? Jesus esperava precisamente isto. Ordena aos discípulos que façam sentar aquela multidão, depois tomou aqueles pães e peixes, deu graças ao Pai e distribuiu-os. Estes gestos antecipam os da Última Ceia, que conferem ao pão de Jesus o seu significado mais verdadeiro. O pão de Deus é o próprio Jesus. Tomando a Comunhão com Ele, recebemos a sua vida em nós e tornamo-nos filhos do Pai celeste e irmãos entre nós. Recebendo a comunhão encontramo-nos com Jesus realmente vivo e ressuscitado! Participar na Eucaristia significa entrar na lógica de Jesus, a lógica da gratuidade, da partilha.

A multidão fica admirada com o prodígio da multiplicação dos pães; mas o dom que Jesus oferece é a plenitude de vida para o homem faminto. Jesus sacia não só a fome material, mas aquela mais profunda, a fome do sentido da vida, a fome de Deus. Perante o sofrimento, a solidão, a pobreza e as dificuldades de tantas pessoas, o que podemos fazer? Lamentar-nos nada resolve, mas podemos oferecer aquele pouco que temos, como o jovem do Evangelho. Certamente temos algumas horas à disposição, algum talento, competência... Quem não tem os seus cinco pães e dois peixes? Todos os temos! Se estivermos dispostos a pô-los nas mãos do Senhor, serão suficientes para que no mundo haja um pouco mais de amor, paz, justiça e sobretudo alegria. Como é necessária a alegria no mundo! Deus é capaz de multiplicar os nossos pequenos gestos de solidariedade e tornar-nos participantes do seu dom.

Papa Francisco – 26 de julho de 2015



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