O Evangelho de hoje
apresenta-nos o episódio de Jesus que caminha sobre as águas do lago. Depois da
multiplicação dos pães e dos peixes, Ele convida os discípulos a entrar no
barco e a precedê-lo na outra margem, enquanto Ele despede a multidão,
retirando-se depois em completa solidão para rezar na montanha até de
madrugada. Entretanto, no lago levanta-se uma forte tempestade, e precisamente
no meio da tempestade Jesus chega ao barco dos discípulos, caminhando sobre as
águas do lago. Quando o veem, os discípulos ficam apavorados e pensam que é um
fantasma, mas Ele tranquiliza-os: Coragem,
sou eu. Não tenhais medo!
No barco
encontram-se todos os discípulos, irmanados pela experiência da debilidade, da
dúvida, do medo e da pouca fé. No entanto, quando Jesus volta àquele barco, o
clima muda imediatamente: todos se sentem unidos na fé que têm nele. Todos,
pequenos e medrosos, tornam-se grandes no momento em que se põem de joelhos,
reconhecendo no seu Mestre o Filho de Deus. Quantas vezes também conosco
acontece a mesma coisa! Sem Jesus, longe de Jesus, sentimo-nos amedrontados e
inadequados, e chegamos a pensar que não aguentaremos. Falta a fé! Mas Jesus
está sempre ao nosso lado, talvez escondido, mas sempre presente e pronto para
nos segurar.
Eis uma imagem
eficaz da Igreja: um barco que deve enfrentar as tempestades e às vezes parece
que está prestes a sucumbir. Aquilo que a salva não são as qualidades nem a
coragem dos seus homens, mas a fé, que permite caminhar até no meio da
escuridão, entre as dificuldades. A fé
confere-nos a segurança da presença de Jesus sempre ao nosso lado, da sua mão
que nos segura para nos proteger do perigo. Todos nós estamos neste barco,
e aqui sentimo-nos seguros, não obstante os nossos limites e as nossas debilidades.
Estamos seguros sobretudo quando sabemos ajoelhar-nos e adorar Jesus, o único
Senhor da nossa vida. Para isto nos convida sempre a nossa Mãe, Nossa Senhora.
Dirijamo-nos a Ela com confiança.
Papa
Francisco – 10 de agosto de 2014
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