O Evangelho de hoje
apresenta-nos Jesus que, pregando e curando muitos doentes. Pregar e curar:
esta é a atividade principal de Jesus na sua vida pública. Com a pregação Ele
anuncia o Reino de Deus e com as curas demonstra que está próximo, que o Reino
de Deus se encontra no meio de nós.
Ao pôr-do-sol, quando,
tendo terminado o sábado, o povo pode sair e levar-lhe os doentes, cura uma
multidão de pessoas atormentadas por doenças de todos os gêneros: físicas,
psíquicas, espirituais. Tendo vindo à terra para anunciar e realizar a salvação
de todo o homem e de todos os homens, Jesus mostra uma particular predileção
por quantos estão feridos no corpo e no espírito: os pobres, os pecadores, os
possuídos pelo demônio, os doentes, os marginalizados. Assim Ele revela-se
médico tanto das almas como dos corpos, bom Samaritano do homem. É o verdadeiro
Salvador, Jesus cura, Jesus sara.
Esta realidade da
cura dos doentes por parte de Cristo convida-nos a refletir sobre o sentido e o
valor da doença. A obra salvífica de Cristo não acaba com a sua pessoa e no
espaço da sua vida terrena; ela continua mediante a Igreja, sacramento do amor
e da ternura de Deus pelos homens. Ao enviar em missão os seus discípulos,
Jesus confere-lhes um duplo mandato: anunciar o Evangelho da salvação e curar
os enfermos. Fiel a este ensinamento, a Igreja considerou sempre a assistência
aos enfermos uma parte integrante da sua missão.
“Tende sempre convosco
os pobres e os sofredores”, admoesta Jesus, e a Igreja encontra-os
continuamente no seu caminho, considerando as pessoas doentes como uma via
privilegiada para encontrar Cristo, para o acolher e servir. Curar um doente,
acolhê-lo, servi-lo, é servir Cristo: o doente é a carne de Cristo.
Isto acontece
também no nosso tempo, quando, não obstante os multíplices progressos da
ciência, o sofrimento interior e físico das pessoas suscita fortes
interrogações sobre o sentido da doença e da dor e acerca do porque da morte.
Trata-se de perguntas existenciais, às quais a ação pastoral da Igreja deve
responder à luz da fé, tendo diante dos olhos o Crucificado, no qual sobressai
todo o mistério salvífico de Deus Pai, que por amor aos homens não poupou o
próprio Filho. Por conseguinte, cada um de nós está chamado a levar a luz da
Palavra de Deus e a força da graça a quantos sofrem e a quantos os assistem,
familiares, médicos e enfermeiros, para que o serviço ao doente seja prestado
sempre com mais humanidade, amor evangélico e ternura. A Igreja mãe, pelas
nossas mãos, acaricia os nossos sofrimentos e cuida das nossas feridas, e fá-lo
com ternura de mãe.
Papa
Francisco – 08 de fevereiro de 2015
Hoje celebramos:
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