No centro do
Evangelho de hoje está essa palavra de João Batista: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” Uma palavra
acompanhada pelo olhar e pelo gesto da mão que indicam Ele, Jesus.
Imaginemos a cena.
Estamos na margem do rio Jordão. João está a batizar; há muita gente, homens e
mulheres de várias idades, que ali chegaram, ao rio, para receber o batismo. João
prega que o reino dos céus está próximo, que o Messias está para se manifestar
e é necessário preparar-se, converter-se e comportar-se com justiça; e começa a
batizar no Jordão para dar ao povo um meio concreto de penitência. Esta gente
ia para se arrepender dos próprios pecados, para fazer penitência, para
recomeçar a vida. João sabe que o Messias, já está próximo, e o sinal para o
reconhecer será quando sobre Ele se pousar o Espírito Santo; com efeito, Ele
trará o verdadeiro batismo, o batismo no Espírito Santo.
Eis que o momento
chega: Jesus apresenta-se à margem do rio, no meio do povo, dos pecadores —
como todos nós. Sabemos que algo acontece: sobre Jesus desce o Espírito Santo
em forma de uma pomba e a voz do Pai proclama-o Filho predileto. É o sinal que
João esperava. É ele! Jesus é o Messias, o Rei de Israel, não com a poder deste
mundo, mas sim como Cordeiro de Deus, que assume sobre si e tira o pecado
do mundo.
Assim João indica-o
ao povo e aos seus discípulos. Porque nos detemos longamente sobre esta cena?
Porque é decisiva! É um fato histórico decisivo! Esta cena é determinante para
a nossa fé; e é crucial também para a missão da Igreja. A Igreja, em todas as
épocas, é chamada a fazer aquilo que fez João Batista, indicar Jesus ao povo
dizendo: “Eis o Cordeiro de Deus, Aquele que tira o pecado do mundo!” Ele é o
único Salvador! Ele é o Senhor, humilde, no meio dos pecadores, mas é Ele, Ele:
não é outro, poderoso, que vem; não, não, é Ele!
E estas são as palavras
que nós sacerdotes repetimos todos os dias, durante a Missa, quando
apresentamos ao povo o pão e o vinho que se tornam o Corpo e o Sangue de
Cristo. Este gesto litúrgico representa toda a missão da Igreja, a qual não se
anuncia a si mesma. A Igreja anuncia Cristo; não se traz a si mesma, mas
Cristo. Pois, é só Ele e unicamente Ele que salva o seu povo do pecado, que o
liberta e o guia para a terra da verdadeira liberdade.
Papa
Francisco – 15 de janeiro de 2017
Hoje
celebramos:
Nenhum comentário:
Postar um comentário