O evangelho de hoje nos fala de João Batista. João era a voz, a ponto que ele mesmo diz de si: “Eu sou a voz que brada no deserto”. Mas não era a Palavra, de fato ele era a voz que dá testemunho da Palavra, indica a Palavra, o Verbo de Deus. Era apenas voz. E assim o Batista que era o pregador da penitência diz claramente: “Depois de mim virá outro que é mais forte do que eu, ao qual não sou digno de atar as sandálias. E este vos batizará no fogo e no Espírito Santo. Resumindo: voz que indica a Palavra, pregador de penitência e “batizador” que indica o verdadeiro “batizador” no Espírito Santo. João, é o provisório e Jesus é o definitivo.
João é o provisório e Jesus é o definitivo. João é o provisório que indica o definitivo. Mas a grandeza de João consiste precisamente neste ser provisório, neste seu ser para. Um homem sempre com o dedo ali, a indicar outro. Com efeito, lê-se no Evangelho que o povo se questionava se João era o Messias. E ele, claro: “Não sou eu”. E também quando os doutores, os chefes do povo lhe mandaram perguntar: Mas és tu ou devemos esperar outro? ele repetiu sempre: “Não sou eu. Outro virá,” recordando de novo que teria chegado outro ao qual ele nem sequer era digno de atar as sandálias: “Não sou eu. Outro, que vos batizará.”
É precisamente esta a imagem mais eloquente que nos diz quem foi João Batista, o seu testemunho provisório mas seguro, forte, o seu ser tocha que não se deixou apagar pelo vento da vaidade e voz que não se deixou diminuir pela força do orgulho. João é sempre alguém que indica o outro e abre a porta a outro testemunho, o do Pai, aquele que Jesus diz hoje: “Contudo eu tenho um testemunho superior ao de João, o do Pai”.
E quando se lê no Evangelho que se ouviu a voz do Pai: “Este é o meu Filho”», devemos compreender que foi João quem abriu esta porta.
Por isso João é grande, porque se põe sempre de lado. Ele é grande porque é humilde e toma o caminho do abaixar-se, aniquilar-se, o mesmo que tomará Jesus em seguida. E também nisto oferece um grande testemunho: abre aquele caminho da aniquilação, do esvaziamento de si mesmo que foi o de Jesus.
Papa Francisco – 16 de dezembro de 2016
Hoje celebramos:
Santos Basílio Magno e Gregório Nazianzeno
São Telésforo - Papa
Beata Maria Ana Sureau-Blondin
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