A Beata Joana de Toulouse, de família nobre, nasceu no Reino de
Navarra, e decidiu viver reclusa, no convento carmelita de Toulouse (França),
onde se distinguiu por sua austeridade.
Joana amava falar das coisas celestes com os jovens religiosos e rezava
muito por eles, o que por sua vez lhe trazia grande proveito espiritual. Isto
não nos causa estranheza, pois a Beata viveu antes mesmo da clausura assumir a
estrutura que nos séculos posteriores adquiriu.
Embora o seu culto seja oficial, as informações sobre ela são muito
escassas a ponto de não se saber as datas exatas de nascimento e de morte.
A sua vida pode ser colocada entre os séculos XIV e XV, pois o seu nome
não aparece nos catálogos dos santos carmelitas da segunda metade do século
XIV, nem na lista dos santos da Ordem redigida por João Grossi, falecido em
1437, da província carmelitana de Toulouse.
Joana é citada ao mesmo tempo como terciária e como monja; não é de se
excluir que tenha professado a regra carmelitana, como fizeram outras mulheres
"conversas" suas contemporâneas. Após sua morte, os fiéis
atribuíram a sua intercessão numerosos milagres.
Na França se diz que Joana teria nascido em 1220 e falecido em 25 de agosto
de 1271. Era filha e herdeira de Raimundo VII, Conde de Toulouse, e de Joana da
Inglaterra. Ela mesma era Condessa de Toulouse desde 1249 até a sua morte.
Joana recebeu o hábito de terciária das mãos de São Simão Stock, merecendo
assim ser considerada fundadora da Ordem Terceira do Carmelo.
Ela não apenas empregou inteiramente o seu tempo, como também o seu
dinheiro, para a formação dos religiosos carmelitas.
Entre 1452 e 1474, o Arcebispo de Toulouse, Bernardo du Rosier, exumou o
corpo de Joana colocando-o em uma urna que foi colocada em uma capela da igreja
carmelitana da cidade. Na ocasião, concedeu uma indulgência de quarenta dias
aqueles que visitassem as suas relíquias.
Posteriormente foram feitos reconhecimento de suas relíquias nos anos de
1616, 1656 e 1688: em 1656 foi notado que o braço e a mão direita estavam
faltando, transferidos para a Espanha pelo Prior Geral, Henrique Silvio,
durante uma visita ao convento; e em 1688 faltavam também a mão esquerda e
alguns dentes.
Depois da Revolução Francesa, durante a demolição da igreja carmelitana
de Toulouse, em 1805, os restos de Joana foram encontrados em uma parede, junto
com o documento de reconhecimento de 1688 e algumas orações que a Beata
recitava habitualmente.
Levados para a igreja metropolitana de Santo Estevão, os seus despojos
foram sepultados na capela de São Vicente de Paulo, até que em 1893, por
ocasião da beatificação, foi novamente exumado e colocado em um relicário de
forma ogival.
A Beata Joana de Toulouse foi oficialmente beatificada por Leão XIII em
1895.
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