Ludovica nasceu em
Roma, de uma família nobre, os Albertoni, em 1473. Perdeu o pai aos dois anos
e, por motivo do segundo casamento da mãe, foi entregue aos cuidados de tias
paternas e da avó materna, que lhe deram uma esmerada educação.
Privilegiada em graça e beleza incomparáveis, Ludovica era admirada e
cortejada por muitos jovens da nobreza romana. Mas logo a família prometeu-a ao
jovem nobre Giacomo della Cetera. Aos 20 anos casou-se e desse casamento teve
três filhas.
No bairro de Trastevere, onde vai passar a maior parte de sua vida, ela
frequenta a Igreja de São Francisco a Ripa, absorvendo a espiritualidade
franciscana.
As suas características mais marcantes foram a fidelidade no cumprimento
dos deveres e o amor aos pobres. Dedicou ao marido um santo afeto; por causa do
temperamento brusco de seu esposo o casamento é turbulento, mas Ludovica vive
com sacrifício e abnegação confiando na graça do sacramento do matrimônio.
Educou as filhas com esmero, orientando-as na oração e nas leituras. Dizia-lhes
com frequência que preferia vê-las mortas do que em pecado mortal.
Aos 30 anos, em maio de 1506, ficou viúva, após doze anos de difícil
convivência devido à doença de seu marido, mas conseguiu aceitar com resignação
esse rude golpe. A morte do marido trouxe-lhe problemas de herança que lhe
causaram vexames e humilhações por parte dos parentes. Seu cunhado Domenico,
administrador da propriedade, não respeita o direito de sucessão em favor de
Ludovica e suas filhas, abrindo assim uma longa e dolorosa controvérsia. Alheia
à sua frágil condição de viúva, luta valentemente para que a lei seja aplicada
sem demora.
Depois de dividir os bens entre as filhas, Ludovica adota a regra da
Ordem Terceira de São Francisco e passa o resto de sua vida no cuidado dos
pobres. "No passado eu era mais
do meu marido e de mim mesma - dizia ela
- para poder me dedicar a Ti, ó
Jesus, agora vivendo só para mim, deixo de ser eu para ser toda de Ti".
Sob a orientação dos frades franciscanos da Igreja de São Francisco, na
região do Trastevere, passou a trabalhar para os pobres daquela região de Roma.
Acompanhou o saque da cidade de Roma, e exerceu incalculável prodigalidade em
benefício dos necessitados. Só parte da noite dedicava ao descanso, o resto era
para a penitência.
Costumava repetir: “Como
seria possível viver sem sofrimento, quando se contempla o próprio Deus pregado
numa cruz?” Todas as manhãs assistia a Santa Missa e recebia
devotamente a comunhão. O resto do dia era distribuído entre trabalhos
domésticos e assistência aos pobres e doentes, a quem visitava nas próprias
casas ou nos hospitais.
Ludovica abraçou a "Dama Pobreza", a esposa mística de São
Francisco de Assis, e, renunciando a qualquer privilégio e riqueza de seu
status social, deu tudo para os pobres. Dizia com frequência: “Se Deus nos concedeu bens terrenos de sobejo
foi para os compartilharmos com os mais necessitados”.
Seu extraordinário compromisso com as jovens em perigo, levava-a a
corajosamente esforçar-se para levá-las para o bem, ensinando-lhes um trabalho
honesto e elevando-as culturalmente.
Em dezembro de 1532, Ludovica, doente há algum tempo, piora: a notícia
se espalha entre as pessoas que tanto ama e que tanto a amam. Amigos e parentes
particularmente próximos a procuram, mas quando ela chega mais perto do fim,
ela quer ficar sozinha. Seu único companheiro é o Crucificado que segura em
suas mãos. Confiando na Santíssima Virgem se despediu deste mundo com as mesmas
palavras de Jesus: "Senhor, em tuas mãos recomendo o meu espírito". É o
anoitecer de 31 de janeiro de 1533.
Toda a cidade de Roma deplorou a perda dessa mãe de todos os
necessitados. Em conformidade com seus desejos, ela foi enterrada na Capela de
Santa Ana na Igreja de São Francisco a Ripa.
Em 1625 as autoridades de cidade reconheceram Ludovica como Padroeira de
Roma, escolhendo o dia 31 de janeiro como o dia de sua comemoração. A partir de
1645 o seu retrato é visto na Capela Palatina entre os Padroeiros da Cidade.
Em 28 de janeiro de 1671, o Papa Clemente X beatificou a ancestral
do Cardeal Albertoni que então encomendou uma grande reforma na capela dedicada
a ela na Igreja de São Francisco, que tornar-se-ia o local de sua veneração.
Em 17 de janeiro de 1674, após a beatificação, e com o reconhecimento
das relíquias, seus restos foram transferidos para o altar monumental
construído por Gian Lorenzo Bernini.
Hoje, a Beata Ludovica Albertoni é também Patrona da Ordem Franciscana
Secular em Roma.
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