"Eu
mesmo cuidarei das minhas ovelhas e Me interessarei por elas". Tomás
de Cori, sacerdote da Ordem dos Frades Menores, foi imagem viva do Bom Pastor.
Como guia amoroso, soube conduzir para as pastagens da fé os irmãos confiados
aos seus cuidados, animado sempre pelo ideal franciscano.
No convento
demonstrava o seu espírito de caridade, fazendo-se disponível a qualquer
exigência, mesmo a mais humilde. Viveu a realeza do amor e do
serviço, segundo a lógica de Cristo que, como canta a Liturgia hodierna, "Se sacrificou a Si mesmo, como
imaculada vítima de paz no altar da cruz, operando o mistério da redenção do
homem".
Como autêntico discípulo
do Pobrezinho de Assis, São Tomás de Cori foi obediente a Cristo, Rei do
universo. Meditou e encarnou na sua existência a exigência evangélica da
pobreza e do dom de si a Deus e ao próximo. Toda a sua vida se mostra assim
como sinal do Evangelho, testemunho do amor do Pai celeste, revelado em Cristo
e operante no Espírito Santo, para a salvação do mundo.
Papa João Paulo II – Homilia de Canonização – 21 de novembro de 1999
Nascido em Cori, na
Itália, sob o nome de Francisco Antonio Placidi, em 4 de junho de 1655, Tomás
teve uma infância marcada pela perda prematura de sua mãe
primeiro e de seu pai depois, com apenas 14 anos de
idade, e tão jovem ficou responsável pelas irmãs. Casadas as irmãs, fica livre
para seguir a inspiração que desde há alguns anos guardava no silêncio do
coração: pertencer completamente a Deus na vida religiosa franciscana. Havia
conhecido os Frades Menores na sua própria cidade no Convento de São Francisco,
foi acolhido na Ordem e enviado a Orvieto para fazer o ano de noviciado.
Professada a Regra de São Francisco e finalizados os estudos de teologia, se
ordena sacerdote em 1683, e assim mudou seu nome para Tomás, ou frei Tomás.
Foi nomeado
imediatamente vice mestre de noviços no convento da Santíssima Trindade de
Orvieto; seus superiores reconheceram desde muito cedo seus dotes. No convento
em que fazia parte, Tomás colocava-se sempre à disposição para ajudar os outros
e muitas vezes era a ele a quem chamavam para atender os enfermos que estavam
nos leitos. Por cerca de 40 anos, Tomás conviveu com uma chaga em sua perna, a
qual ele nunca reclamou e que jamais o fez desistir de exercer suas funções.
Tomás de Cori, além
de ser um religioso muito bom e ser um ótimo conselheiro, também tinha o dom da
cura e de fazer milagres. Por muitas vezes, durante a Santa Missa, recebeu a
visita da Virgem Maria, do Menino Jesus e de São Francisco de Assis.
Durante sua vida,
Tomás também fundou vários retiros a partir da sua Ordem em Civitela e
Palombara Sabina (regiões da Itália), e tais retiros serviram como base para os
retiros de outras Ordens religiosas.
Santo Tomás de Cori
faleceu em 11 de janeiro de 1729, aos 73 anos de idade, na cidade de Bellegra,
na Itália. Foi beatificado em 1786 e canonizado em 21 de novembro de 1999, pelo
Papa João Paulo II.
O aspecto mais
evidente de sua vida espiritual foi sem dúvida a centralidade da Eucaristia,
testemunhada por Tomás na celebração eucarística, intensa e participada, e na
oração silenciosa de adoração nas largas noites de Retiro depois do ofício
divino celebrado à meia noite. Sua vida de oração esteve marcada por uma aridez
persistente de espírito. A ausência total de uma consolação sensível na oração
e em sua vida de união com Deus, se prolongaria durante mais de quarenta anos,
encontrando-o sempre sereno e radical na vivência do primado de Deus.
Verdadeiramente sua oração se configurou como "memória Dei "
realizando concretamente a unidade de vida não obstante as múltiplas
atividades.
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