O Evangelho apresenta dois prodígios feitos por Jesus, descrevendo-os quase como uma espécie de marcha triunfal rumo à vida.
Jesus cura uma mulher que sofria de hemorragias
e fica sarada assim que toca no manto de Jesus. Aqui, impressiona o fato de que
a fé desta mulher atrai — tenho vontade de dizer, “rouba” — o poder salvífico
divino que há em Cristo, o qual, sentindo que uma força tinha saído dele,
procura entender quem era. E quando a mulher, com muita vergonha, vai em frente
e confessa tudo, Ele diz-lhe: “Filha, a tua fé te salvou!”
No segundo relato Jesus entra na casa de um
chefe que suplica pela vida de sua filha que está enferma. Quando chegam à casa,
Jesus entra no quarto e toma a menina morta pela mão E imediatamente a jovem se
levanta, como se tivesse acordado de um sono profundo
Trata-se de duas narrações interligadas, com um
único centro: a fé; e mostram Jesus como nascente de vida, como
Aquele que restitui a vida a quem confia plenamente nele. Os dois
protagonistas, ou seja, o pai da menina, e a mulher doente, não são discípulos
de Jesus, e no entanto, são atendidos devido à sua fé. Têm fé naquele homem.
Disto compreendemos que no caminho do Senhor todos são admitidos: ninguém deve
sentir-se um intruso, um ilegal ou alguém sem direitos. Para ter acesso ao seu
coração, ao Coração de Jesus, só existe uma condição: sentir-se necessitado de
cura e confiar nele.
Pergunto-vos: cada um de vós sente necessidade
de ser curado? De algo, de algum pecado, de algum problema? E, se sente isto,
tem fé em Jesus? Eis as duas condições para ser curado, para ter acesso ao seu
Coração: sentir-se necessitado de cura e confiar nele.
Papa Francisco – 01 de
julho de 2018
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