No sinal do Escapulário
evidencia-se uma síntese eficaz de espiritualidade mariana, que alimenta a
devoção dos crentes, tornando-os sensíveis à presença amorosa da Virgem Mãe na
sua vida.
O Escapulário é essencialmente
um "hábito". Quem o recebe é agregado ou associado num grau mais ou
menos íntimo à Ordem do Carmelo, dedicado ao serviço de Nossa Senhora para o
bem de toda a Igreja. Por conseguinte, quem veste o Escapulário é introduzido
na terra do Carmelo, para que "coma os seus frutos e produtos"
(cf. Jer 2, 7), e experimente a presença doce e materna de Maria, no
empenho quotidiano de se revestir interiormente de Jesus Cristo e de o
manifestar vivo em si para o bem da Igreja e de toda a humanidade.
São, portanto, duas as
verdades recordadas no sinal do Escapulário:
- Por um lado, a proteção
contínua da Virgem Santíssima, não só ao longo do caminho da vida, mas também
no momento da passagem para a plenitude da glória eterna;
- Por outro, a consciência de
que a devoção a Ela não se pode limitar a orações e obséquios em sua honra em
algumas circunstâncias, mas deve constituir um "hábito", isto é, um
ponto de referência permanente do seu comportamento cristão, tecido de oração e
de vida interior, mediante a prática frequente dos Sacramentos e o exercício
concreto das obras de misericórdia espiritual e corporal.
Desta forma o Escapulário
torna-se sinal de "aliança" e de comunhão recíproca entre Maria e os
fiéis: de fato, ele traduz de maneira concreta a entrega que Jesus, na
cruz, fez a João, e nele a todos nós, da sua Mãe, e o ato de confiar o seu
apóstolo predileto e a nós a Ela, constituída nossa Mãe espiritual.
Papa São João Paulo II – 25 de
março de 2001
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