segunda-feira, 13 de julho de 2020

13 de julho - Quem procura conservar a sua vida vai perdê-la. E quem perde a sua vida por causa de mim vai encontrá-la. Mt 10,39

Celebramos a cada dia na Liturgia da Igreja a memória de inúmeros mártires. Onde se fundamenta o martírio? A resposta é simples: na morte de Jesus, no seu sacrifício supremo de amor, consumido na Cruz, a fim de que nós pudéssemos ter vida. Cristo é o servo sofredor de que fala o profeta Isaías, que se entregou a si mesmo em resgate por muitos. Ele exorta os seus discípulos, cada um de nós, a tomar todos os dias a cruz que nos é própria e segui-lo pelo caminho do amor total a Deus Pai e à humanidade: "Quem não tomar a sua cruz para me seguir – diz-nos – não é digno de mim. Aquele que procura conservar a vida para si mesmo, perdê-la-á; mas aquele que perder a sua vida por causa de mim, salvá-la-á”. O mártir segue o Senhor até ao fim, aceitando livremente de morrer para a salvação do mundo, numa prova suprema de fé e de amor.

Mais uma vez, de onde nasce a força para enfrentar o martírio? Da profunda e íntima união com Cristo, porque o martírio e a vocação ao martírio não constituem o resultado de um esforço humano, mas são a resposta a uma iniciativa e um chamado de Deus, são um dom da sua graça, que torna capaz de oferecer a própria vida por amor a Cristo e à Igreja, e assim ao mundo. No entanto, é importante ressaltar o fato de que a graça de Deus não suprime nem sufoca a liberdade daqueles que enfrentam o martírio mas, ao contrário, enriquece-a e exalta-a: o mártir é uma pessoa sumamente livre, livre em relação ao poder e ao mundo; uma pessoa livre, que num único gesto definitivo entrega toda a sua vida a Deus, e num supremo gesto de fé, de esperança e de caridade, abandona-se nas mãos do seu Criador e Redentor; sacrifica a própria vida para ser associado de maneira total ao Sacrifício de Cristo na Cruz. Em síntese, o martírio é um grande gesto de amor, em resposta ao amor imenso de Deus.

Provavelmente nós não somos chamados ao martírio, mas nenhum de nós está excluído da chamada divina à santidade, a viver a medida alta da existência cristã, e isto exige que tomemos todos os dias a cruz sobre nós mesmos. Todos nós, sobretudo no nosso tempo, em que parecem prevalecer o egoísmo e o individualismo, temos o dever de assumir como compromisso primário e fundamental, o de crescer cada dia num amor maior a Deus e aos irmãos, para mudar a nossa vida e assim transformar também a vida do nosso mundo. Por intercessão dos Santos e dos Mártires, peçamos ao Senhor que inflame o nosso coração, para sermos capazes de amar como Ele amou cada um de nós.

Papa Bento XVI – 11 de agosto de 2010

Hoje celebramos:
Santo Henrique
Santa Clélia Barbieri
Beato Carlo Manuel Rodrigues Santiago
Beato Ferdinando Maria Baccilieri
Beato Mariano de Jesus Euse Hoyos
 


Nenhum comentário:

Postar um comentário