Assim, podemos dar
mais um passo e lembrar que uma ecologia integral não se dá por satisfeita com
ajustar questões técnicas ou com decisões políticas, jurídicas e sociais. A
grande ecologia sempre inclui um aspeto educativo, que provoca o
desenvolvimento de novos hábitos nas pessoas e nos grupos humanos.
Infelizmente, muitos habitantes da Amazônia adquiriram costumes próprios das
grandes cidades, onde já estão muito enraizados o consumismo e a cultura do
descarte. Não haverá uma ecologia sã e sustentável, capaz de transformar seja o
que for, se não mudarem as pessoas, se não forem incentivadas a adotar outro
estilo de vida, menos voraz, mais sereno, mais respeitador, menos ansioso, mais
fraterno.
De fato, quanto
mais vazio está o coração da pessoa, tanto mais necessita de objetos para
comprar, possuir e consumir. Em tal contexto, parece não ser possível, para uma
pessoa, aceitar que a realidade lhe assinale limites; (…) não pensemos só na
possibilidade de terríveis fenómenos climáticos ou de grandes desastres
naturais, mas também nas catástrofes resultantes de crises sociais, porque a
obsessão por um estilo de vida consumista, sobretudo quando poucos têm
possibilidades de o manter, só poderá provocar violência e destruição recíproca.
A Igreja, com a sua
longa experiência espiritual, a sua consciência renovada sobre o valor da
criação, a sua preocupação com a justiça, a sua opção pelos últimos, a sua
tradição educativa e a sua história de encarnação em culturas tão diferentes de
todo o mundo, deseja, por sua vez, prestar a sua contribuição para o cuidado e
o crescimento da Amazônia.
Isso dá lugar ao novo sonho, que
pretendo partilhar mais diretamente com os pastores e os fiéis católicos.
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