sábado, 28 de março de 2020

28 de março - Vai estudar e verás que da Galileia não surge profeta Jo 7,52


Jesus deixou Nazaré, uma aldeia situada nos montes, e estabeleceu-se em Cafarnaum, importante centro nas margens do lago, habitado essencialmente por pagãos, ponto de cruzamento entre o Mediterrâneo e o interior da Mesopotâmia. Esta escolha indica que os destinatários da sua pregação não são apenas os seus conterrâneos, mas quantos desembarcam na cosmopolita Galileia das gentes: assim se chamava. Vista da capital Jerusalém, aquela terra é geograficamente periférica e religiosamente impura, porque estava cheia de pagãos, por causa da mistura com os que não pertenciam a Israel. Da Galileia não se esperavam certamente grandes coisas para a história da salvação. No entanto, precisamente dali — exatamente dali — se espalha a luz de Cristo. Difunde-se precisamente da periferia.

A mensagem de Jesus, anuncia o reino dos céus. Este reino não comporta a instauração de um novo poder político, mas o cumprimento da aliança entre Deus e o seu povo que inaugurará uma época de paz e de justiça. Para realizar este pacto de aliança com Deus, cada um está chamado a converter-se, transformando a sua maneira de pensar e de viver.

Isto é importante: converter-se não significa só mudar o modo de viver, mas também a forma de pensar. É uma transformação do pensamento. Não se trata de mudar de roupa, mas de costumes.

Jesus escolhe ser um profeta itinerante. Não fica à espera das pessoas, mas vai ao seu encontro. O Senhor revela-se a nós não de forma extraordinária ou sensacional, mas na simplicidade das nossas vidas. Ali devemos encontrar o Senhor; e ali Ele revela-se, faz sentir ao nosso coração o seu amor; e ali — com este diálogo com Ele no dia a dia da vida — muda o nosso coração.

Papa Francisco – 22 de janeiro de 2017

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