Gertrudes nasceu no povoado de Brabante, na
cidade de Nivelles, Bélgica, no ano 626. Seu pai era Pepino de Landen, um homem
rico e influente, descendente de Carlos Magno. Sua mãe chamava-se Ida, nobre e
muito religiosa, que depois da morte do marido, fundou o duplo mosteiro de
Nivelles, masculino e feminino, dos quais foi a abadessa até a morte. As filhas
Gertrudes e Begga também fizeram os votos e vestiram o hábito, passando a viver
no mosteiro, ao seu lado. Com sua morte em 652, Gertrudes a sucede nesse
encargo, mas para se dedicar mais à contemplação e ao estudo, Gertrudes
transfere o poder administrativo para um frade da própria comunidade. É assim
que ela se tornará formadora de monges e monjas, expulsando a ignorância e
cultivando uma fé mais pura e cristalina em seu mosteiro.
Isso foi algo extraordinário para a época,
considerada pelos estudiosos como um tempo cheio de superstições e
fundamentalismos religiosos; ainda mais extraordinário que tenha sido uma
mulher a levar adiante esse processo de séria formação. Um eclipse, por
exemplo, era considerado um fenômeno sobrenatural e motivo de alarde para todos
os camponeses, mesmo os instruídos na fé cristã.
Ela iniciou com vigor um grande processo de reformulação de ambos os mosteiros, chamando, da Irlanda, monges teólogos, os mais versados nas Sagradas Escrituras, para fundamentar essa reciclagem. Empregou toda a fortuna da família, bem como utilizou toda sua influência para esse intento. Mandou, vários emissários a Roma para trazerem livros, não só de cunho litúrgico, ampliando muito a biblioteca. A missão de Gertrudes se tornara uma luta para a difusão da doutrina católica através da instrução e pôde retirar o véu da ignorância que envolvia tanto o clero como os habitantes em geral.
Com tanta sabedoria e predisposição para a santidade, ela adquiriu muitos dons especiais tendo visões, revelações e graças, durante suas orações contemplativas, seguidas de jejuns e penitências constantes. Devota de Maria e Jesus Crucificado, seus sacrifícios eram pelas almas do purgatório, que lhe apareciam durante as orações sob a forma de ratos negros, mas ao final se transformavam em dourados, simbolizando sua salvação pela Misericórdia de Deus.
Ela iniciou com vigor um grande processo de reformulação de ambos os mosteiros, chamando, da Irlanda, monges teólogos, os mais versados nas Sagradas Escrituras, para fundamentar essa reciclagem. Empregou toda a fortuna da família, bem como utilizou toda sua influência para esse intento. Mandou, vários emissários a Roma para trazerem livros, não só de cunho litúrgico, ampliando muito a biblioteca. A missão de Gertrudes se tornara uma luta para a difusão da doutrina católica através da instrução e pôde retirar o véu da ignorância que envolvia tanto o clero como os habitantes em geral.
Com tanta sabedoria e predisposição para a santidade, ela adquiriu muitos dons especiais tendo visões, revelações e graças, durante suas orações contemplativas, seguidas de jejuns e penitências constantes. Devota de Maria e Jesus Crucificado, seus sacrifícios eram pelas almas do purgatório, que lhe apareciam durante as orações sob a forma de ratos negros, mas ao final se transformavam em dourados, simbolizando sua salvação pela Misericórdia de Deus.
Essas visões
ela comentava com as monjas, estimulando as preces à essas almas abandonadas.
Por isso, nas suas representações existe sempre um rato ao seu redor. Os
devotos, ainda hoje, a evoca contra as invasões de ratos e o medo que eles
provocam.
Entretanto, o que mais a destacava era a sua profunda capacidade de compreender os anseios das almas. Por isso, Gertrudes se revelou uma eficaz pacificadora, ao interpelar os "senhores" locais que guerreavam entre si. Suas palavras, dotadas de sabedoria e autoridade, traziam constrangimento a eles, que partiam para o diálogo e conciliação.
As guerras pacificadas e o alívio ao povo sofrido fortaleceram sua fama de santidade em vida e gerou muitas tradições e venerações populares. Quando uma guerra era apaziguada, os oponentes brindavam juntos com o excelente vinho daquela região. O povo chamava a bebida de "Filtro de Santa Gertrudes", pois segundo a crença, a bebida era um "remédio" contra a guerra e o ódio.
Ela morreu em Nivelles, no dia 17 de março de 659, aos trinta e três anos e o seu culto foi imediato. Entretanto, o precioso relicário que continha seus restos mortais foi destruído num bombardeio, em 1940, que atingiu a basílica que o guardava. O que não diminuiu em nada sua veneração no mundo católico, que continua festejando Santa Gertrudes nesse dia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário