Domingos Barberi, que na vida religiosa recebeu
o nome de “Domingos da Mãe de Deus”, nasceu em 1792, perto de Viterbo
(Itália). Duplamente órfão aos oito anos de idade, Domingos se entrega aos
cuidados da Mãe do Céu. E Maria o recebe sob seu manto...Domingos Barberi foi o
sétimo e último filho do casal José Barberi e Maria Antonia Pacelli, humildes
camponeses de Palanzana.
A família trabalhava a meias num sitio das
cônegas de Santo Agostinho, viviam uma situação financeira estável, porém logo
após o nascimento de Domingos, morreu o Sr. José Barberi, o seu pai, e a Sra.
Maria Antonia teve que trabalhar dobrado para sustentar a família e educar os
filhos como verdadeiros e bons cristãos, o que ela fez com bom êxito pois dos
sete filhos do casal, dois entraram na vida religiosa e os outros se casaram e
formaram famílias exemplares.
O menino Domingos experimentou a presença de
Maria Santíssima em sua vida desde muito cedo; primeiro através de sua Mãe que
foi curada milagrosamente de uma ruptura no braço após ter invocado a
intercessão da virgem; segundo através de um Padre capuchinho o qual lhe
ensinou as primeiras letras e também a devoção a Maria e a Eucaristia e por último,
aos oito anos de idade quando se tornou duplamente órfão, vendo sua mãe morrer
diante dos seus olhos e nada podendo fazer, na dor, na angustia e na impotência
ele se entregou e se consagrou por inteiro como filho da Virgem Maria, dizendo
as seguintes palavras:
- Já não tenho mais Papai e nem Mamãe
nesta terra! Ó Maria, sede vós de agora em diante minha Mãe e velai por mim!
Foi aos 22 anos quando, pelos frequentes chamados
interiores, compreendeu que Deus o convidava ao apostolado.
Deixando então o cultivo dos campos, ingressou
na Congregação Passionista, onde revelou extraordinárias qualidades de
inteligência e oração. Um dia, enquanto rezava diante da imagem da SS. Virgem,
ouviu claramente em seu espírito essas palavras:
- Serás Missionário e levará a fé à Inglaterra!
- Serás Missionário e levará a fé à Inglaterra!
Domingos não se preocupou. A providência se
encarregaria de realizar o que Maria anunciara. No dia 15 de novembro de 1815,
fez sua profissão religiosa. Aprofundou-se nos estudos superiores, com o único
objetivo de tornar instrumento hábil nas mãos de Deus, para a salvação das
almas, ao mesmo tempo em que ia aperfeiçoando o seu espírito na prática de
todas as virtudes religiosas. Chegou, afinal, o dia esperado! A mão do Sr. Bispo
pousou sobre sua cabeça, transmitindo-lhe os sagrados poderes no dia 01 de
março de 1818. Com quanta alegria e comoção, celebra Domingos sua primeira
Missa! E no dia ele sentiu novamente em sua alma o anúncio de Maria que seria
missionário na Inglaterra. Ordenado sacerdote, dedicou-se ao ensino, ao
ministério da Palavra, à direção espiritual e à composição de numerosos
escritos sobre filosofia, teologia e pregação.
Imbuído do espírito de São Paulo da Cruz,
preocupou-se pelo regresso da Inglaterra à unidade da Igreja. Fundador dos
Passionistas na Bélgica em 1840 chegou à Inglaterra em 1842. Ali se entregou,
com todo o empenho, ao apostolado para o qual Deus o tinha escolhido.
Em junho de 1844 na festa de São Jorge, patrono
da Inglaterra, é inaugurada uma igreja católica em Stone. Para pôr um dique aos
progressos do “papismo” reúnem-se em Oxford os magnatas do anglicanismo. Mas o
resultado foi apenas mais um passo para Roma. As orações e os sacrifícios de
Domingos conseguiram de Deus, logo após essa reunião, à volta à Igreja católica
de mais de sessenta ministros e professores da grande universidade. Entre eles
estava o que se tornou mais tarde o celebre Cardeal Newman, bem como Lord
Spencer, que foi depois sacerdote Passionista.
Durante uma viagem para fundação de um novo
convento Domingos passou mal e teve que apear na primeira estação, chegou assim
a Reading, onde poucas horas depois falecia numa pensão protestante, assistido
pelo sacerdote que o acompanhava na viagem. Era o dia 27 de agosto de 1849 às
três horas da tarde. Nesta mesa casa, uma criada protestante, ao contemplá-lo
morto, caiu de joelhos... a quem lhe perguntava por que procedia assim
respondeu:
- Eu mesmo não sei dizer! Uma força estranha me obriga a ajoelhar
diante desse servo de Deus!
Os seus restos mortais veneram-se em Sutton,
Saint Helens aonde acorrem peregrinações das várias regiões da Inglaterra.
O Santo Padre Papa Paulo VI, no dia 27 de
outubro de 1963, durante o Concílio Vaticano II, lhe conferiu o título de Bem
Aventurado.
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