quinta-feira, 8 de agosto de 2019

08 de agosto - Beata Maria Margarida Caiani


Maria Anna Caiani era natural de Poggio a Caiano (Itália), nasceu do dia a 2 de novembro de 1863, e desde menina ia crescendo em ciência e piedade, que se alimentava diariamente com a Santa Missa e a Comunhão, apesar da igreja ficar longe de casa.

Esta vida de genuína piedade cristã levou-a ao amor do próximo. Visitava os doentes e preparava os agonizantes para o desenlace final. A morte e a doença também bateram à porta da sua casa. Em 1884 perdeu repentinamente o pai. Sete anos depois, sua mãe. Seu irmão Gustavo foi vítima de prolongada doença que ela acompa­nhou com fraternal desvelo e caridade sobrenatural.

Enriquecida com tão sólidas virtudes, era natural que sentisse vocação para a vida consagrada. E assim, em 1893, aos trinta anos, bateu às portas dum mosteiro de beneditinas, mas decorrido um mês regressou a casa, convencida de que não tinha vocação para a vida de clausura. O seu coração inclinava-a para o apostolado direto com as almas. Por esta razão entregou-se ao trabalho de ensinar e educar as crianças da sua terra.

Com uma companheira, em 19 de setembro de 1894, abriu uma escola onde ensinava o catecismo e as letras. Dois anos depois, mais duas jovens se juntaram a elas, dispostas a levar o mesmo teor de vida. Desta forma, a obra, que nascera na pobreza e simplicidade, começou a crescer.

Em 1901 a Serva de Deus redigiu umas Regras ou Constituições, que foram aprovadas pelo Bispo de Pistoia, e inscreveu a nascente família das Irmãs Mínimas do Sagrado Coração na Terceira Ordem Franciscana.

Em 15 de dezembro de 1902 vestiu o hábito com cinco companheiras tomando o nome de Irmã Maria Margarida do Sagrado Coração, em homenagem a Santa Margarida Maria Alacoque, mensageira do Coração de Jesus e em 17 de outubro de 1905 fez a profissão perpétua.

Estavam, portanto, lançados os alicerces de uma nova família religiosa que iria desenvolver-se prontamente. Em 19 anos a Beata fundou pessoalmente 12 casas dispersas por toda a Itália. Em 1910 já se estendia por várias dioceses. Em outubro de 1915 realizou-se o primeiro Capítulo Geral e a Irmã Maria Margarida foi eleita Superiora Geral vitalícia.

Dotada de bondade, humildade, caridade e amor materno, governou o Instituto com sabedoria e prudência. Dizia às suas Filhas: “A glória é para Deus, a utilidade para o próximo e o trabalho para nós”. Recomendava-lhes com frequência que rezassem muito pela santificação do clero.

Preocupou-se mais com a solidez do Instituto do que com o seu crescimento, cuja finalidade é a educação da juventude, a assistência aos doentes nos hospitais e em casa, o cuidado dos anciãos em pensionatos e casas de repouso. As suas religiosas cooperam ainda nos trabalhos apostólicos das paróquias e nas obras sociais das missões. A Congregação foi aprovada pela Santa Sé em 1926.

A Serva de Deus teve de passar por muitas provações, mas nunca perdeu a paz interior. Faleceu a 8 de agosto de 1921, com 58 anos incompletos. Desde 20 de abril de 1960 repousa na capela do Instituto.

Na homilia da sua beatificação, em 23 de abril de 1989, o Santo Padre João Paulo II elogiou a Bem-aventurada com estas palavras:

“O poder da mensagem da caridade foi compreendido por Maria Margarida Caiani mediante a contemplação de Cristo e do seu Coração trespassado. À luz do amor divino, que se revelou no Divino Salvador, Margarida aprendeu a servir os irmãos entre a gente humilde da sua terra da Toscana, e quis ocupar-se dos mais necessitados, dos últimos: as crianças marginalizadas, os meninos do campo, os anciãos e os soldados vítimas da guerra, internados nos hospitais militares. E para as suas filhas espirituais, as Irmãs Mínimas do Sagrado Coração, ela ensinou a servir os outros com a intenção de reparar as ofensas feitas ao amor de Cristo e de sempre inspirar-se neste amor no exercício da sua caridade.
O horizonte da caridade desejado pelo "novo mandamento" é, de fato, sem fronteiras, sendo um preceito que chama todo crente a compartilhar o infinito amor de Cristo. É a caridade de Jesus que, tornando-se a regra e a lei, eleva a alma à participação em sua obra e envolve nossas pobres forças para que elas se tornem o sinal e o sacramento do próprio amor de Deus. Na meditação da Paixão e do mistério do Coração perfurado de Cristo, Maria Margherita Caiani pôde perceber que era necessário "reparar", isto é, compensar com uma consciência mais profunda do preceito da caridade, a incompreensão dos homens em relação ao amor infinito e misericordioso.”



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