quarta-feira, 7 de agosto de 2019

07 de agosto - Beatos Agatângelo e Cassiano


O Beato Agatângelo Noury nasceu em Vendôme, na província de Tours, na França, aos 31 de julho de 1598. Conheceu os Capuchinhos, que tinham chegado, havia pouco tempo, à sua terra natal, onde o seu pai era presidente do tribunal e, ao mesmo tempo, administrador do Convento.
Ainda jovem, mostrou ter vocação religiosa e foi recebido na Ordem dos Capuchinhos. Em 1620, fez a profissão religiosa. Depois, prosseguiu os estudos de humanidades, filosofia e teologia e foi ordenado sacerdote. Nos seus primeiros anos de sacerdote encontrou-se com o Padre José Leclerc, famoso conselheiro do Cardeal Richelieu, que tinha projetado grande plano de evangelização.

Agatângelo foi escolhido como candidato para a Missão da Síria. Chegou a Aleppo em 1629. Ali encontrou muçulmanos, grego-ortodoxos, armênios e, em número muito reduzido, alguns católicos. Com obras de beneficência, encontros familiares e catequese elementar, conseguiu bom resultado no seu apostolado, combatido, bem depressa, pela inveja. Passou depois para a missão do Cairo, na qualidade de Superior, onde trabalhou com muita alegria para a união dos Coptas com a Igreja Católica.

Destinado pela Providência a abrir o campo missionário a outros, no dia 27 de setembro, a Sagrada Congregação confiou-lhe a responsabilidade do grupo missionário destinado à Etiópia, juntamente com Frei Cassiano de Nantes.

O beato Cassiano Lopez Neto, nasceu em Nantes, aos 15 de janeiro de 1607, no seio de família portuguesa. Tinha temperamento dócil, inclinado às práticas de devoção e fervor religioso admirável. Aos 17 anos foi recebido na Ordem dos Capuchinhos da Província de Paris.
Fez a profissão religiosa em 1624. Concluiu os estudos teológicos em Rennes onde foi ordenado sacerdote e passou os primeiros anos do seu sacerdócio, socorrendo as pessoas atingidas pela peste que devastou a França em 1631. Pediu para ser enviado para as Missões.

Os Superiores destinaram-no à Missão da Etiópia. No Cairo, encontrou-se com o beato Agatângelo e com ele partilhou preocupações e sofrimentos apostólicos. Dotado de temperamento franco, aberto, muito sensível aos sofrimentos dos outros, entregou-se ao apostolado, cultivando sobretudo especial devoção a Nossa Senhora, a quem rezava todos os dias o Rosário com o ofício divino.

Desde o seu encontro com o beato Agatângelo até à sua heroica morte, os dois capuchinhos trabalharam juntos no Cairo, durante três anos, cuidando, especialmente, da união dos Coptas com a Igreja Católica.
Estenderam a sua atividade até aos longínquos mosteiros de Santo Antão Abade e de São Macário, no Nitra. Na Etiópia, a Igreja Católica tinha conseguido extraordinário desenvolvimento que culminou na conversão do próprio imperador através dos missionários jesuítas. A fé de Católica expandiu-se também sob o governo de Seitan Sagad I. Conseguiram grandes conversões que foram quase destruídas no governo de Atiè Fassil, cuja palavra de ordem era: “Antes súditos de Meca dos muçulmanos do que da Roma dos católicos”.

Os dois missionários decidiram, por isso, levar a sua ajuda a tantos irmãos na fé, perseguidos por aquele ímpio imperador. Obtiveram documentos do Patriarca Copta de Alexandria e, no dia 23 de dezembro de 1637, partiram para a Etiópia. A viagem durou três meses. Chegados às fronteiras da Etiópia foram metidos na prisão pelo Governador de Débora.

No processo, os dois missionários católicos foram condenados à morte como violadores das ordens do imperador, que proibia os católicos de entrarem na Etiópia.

Frei Cassiano aos 31 anos e o Frei Agatângelo aos 40 anos, foram martirizados em 07 de agosto de 1638 em Gondar, foram expostos ao escárnio da multidão, suspensos em cordas e apedrejados barbaramente pelo furor da multidão.
Foram beatificados em 1º de janeiro de 1905 pelo Papa Pio X.

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