terça-feira, 6 de agosto de 2019

06 de agosto - Santo Hormisdas - Papa


Não sabemos a data de nascimento do Papa Hormisdas, 52º Papa da Igreja, que governou de 20 de julho de 514 a 06 de agosto de 523.

Hormisdas pertencia a uma rica e honrada família de Frosinone (Frusino) na Campagna di Roma (Lácio). Antes de receber ordens superiores, ele havia se casado; seu filho tornou-se papa sob o nome de Silvério (536-537).

Durante o pontificado do papa Símaco (498-514) Hormisdas ocupou o cargo de diácono da Igreja Romana e durante o cisma do antipapa Lourenço, era um dos assistentes clericais mais proeminentes de Símaco. Ele foi notário no sínodo realizado em São Pedro em 502, e Santo Enódio de Pavia, com quem estava em termos amigáveis, profetizou que este diácono romano, tão eminente por piedade, riqueza e nascimento distinto, ocuparia a Sé de Roma.

No dia seguinte ao funeral de Símaco (20 de julho de 514) Hormisdas foi escolhido e consagrado seu sucessor; não há menção de divisões ou distúrbios em sua eleição.

Um dos primeiros cuidados do novo papa, após a retratação dos seguidores de Lourenço, foi reintegrá-los em suas funções. Desde o início de seu pontificado, os assuntos da Igreja grega ocuparam sua atenção especial.

Em Constantinopla, o cisma acaciano, que havia estourado em consequência do imperador Zenão, e que havia causado a separação das igrejas grega e romana, ainda dominava.  Acácio, patriarca de Constantinopla, que tinha o apoio de vários bispos, havia sido excomungado pelo Papa Félix III por ter subscrito o Henótico de Zenão I, uma fórmula de fé unitária para todos os súditos do Império Bizantino, em que se aceitavam os concílios de Niceia e de Constantinopla, mas se negava o de Concílio de Calcedônia, afirmando o chamado credo niceno-constantinopolitano. O imperador Anastácio (491-518), sucessor de Zenão tornou-se cada vez mais inclinado ao monofisismo, e perseguiu os bispos que se recusaram a repudiar o Concílio de Calcedônia. Os três patriarcas, Macedônio de Constantinopla, Elias de Jerusalém e Flaviano de Antioquia tinham sido expulsos de suas sedes.

As negociações entre Hormisda e o imperador do oriente, Anastácio I, para pôr fim ao cisma fracassaram; só foi possível chegar a um acordo com o sucessor de Anastácio, Justino I, que, com o Patriarca João, aceitou e subscreveu a fórmula de fé de Hormisda (Formula Hormisdae) em 519.
Por outro lado, foi intensa a atividade de Hormisda no ocidente, onde reorganizou a Igreja da Espanha após a invasão dos visigodos.
Entre as suas decisões, a proibição da compra do cargo de bispo com privilégios e donativos foi marcante, pelo fim da simonia que muitas vezes maculou a própria escolha do Papa. Durante seu pontificado, São Bento fundou a Ordem dos Beneditinos e construiu a celebre abadia de Monte Casino, destruída por um bombardeio (1944).

No ano de 523, Hormisda encarregou a Dionísio, o Pequeno, astrônomo e abade de um monastério romano, de estabelecer como o primeiro ano da Era Cristã aquele do nascimento de Jesus, somente sob o ponticicado do Papa João I, em 525, esses cálculos foram apresentados.
Os cálculos então realizados por Dionísio, como depois se comprovou, erraram por cerca de seis anos por haver equivocadamente datado o reinado de Herodes, o Grande, deduzindo haver Jesus nascido no ano 753 da Fundação de Roma, quando na verdade isto se deu em 748.

O Papa Hormisdas morreu em 6 de agosto (523), em Roma e foi sucedido por São João I (523-526).

Apesar de pouco se saber sobre a sua vida longe da religião, foi considerado Santo por seus feitos notáveis, trazendo harmonia ante as divisões que ameaçavam a Igreja Romana.



Um comentário:

  1. A informação que, a seguir, transcrevo (entre aspas) está totalmente equivocada: "No ano de 525, Hormisda encarregou a Dionísio, o Pequeno, astrônomo e abade de um monastério romano, de estabelecer como o primeiro ano da Era Cristã aquele do nascimento de Jesus", uma vez que o papa Hormisdas já havia falecido no ano 523, como consta nesta outra citação: "O Papa Hormisdas morreu em 6 de agosto (523), em Roma e foi sucedido por São João I (523-526).

    Não nego que a solicitação ao monge Dionísio, o Pequeno tenha sido feita por ele, mas evidentemente antes de sua morte. Acredito que este equívoco se restrinja apenas à data, e não ao conteúdo. Acredito também que a solicitação do papa Hormisdas tenha sido atendida após sua morte, já no pontificado de seu sucessor: o papa João I. Espero que o equívoco seja revisto e sanado. A verdade, sempre! Agradeço e fiquem com Deus. (José Silveira - janeiro de 2022)

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