sábado, 30 de junho de 2018

30 de junho - Quando Jesus entrou em Cafarnaum, um oficial romano aproximou-se dele, suplicando. Mt 8,5


No Evangelho, há um governante que reza: é o oficial romano que tinha um empregado que estava doente. Amava o povo, não obstante fosse estrangeiro, e amava o empregado, pois, de fato, se preocupava.

Este homem sentiu a necessidade de rezar. Não somente porque amava, mas também porque tinha a consciência de não ser o patrão de tudo, de não ser a última instância. Sabia que acima dele, há outro que comanda. Havia subalternos, soldados, mas ele também estava na condição de subordinado. E isso o levou a rezar. O governante que tem essa consciência, reza.

Se não reza, fecha-se na própria auto-referencialidade ou na de seu partido, naquele círculo do qual não se sai. É um homem fechado em si mesmo. Porém, quando vê os problemas verdadeiros, tem a consciência de ser subalterno, que existe outro que tem mais poder que ele. Quem tem mais poder do que o governante? O povo, que lhe deu o poder, e Deus, do qual vem o poder através do povo. Quando um governante tem a consciência de ser subordinado, reza.

É de suma importância a oração do governante, porque é a oração para o bem comum do povo que lhe foi confiado.
Recordo a conversa com um governante que todos os dias passava duas horas em silêncio diante de Deus, não obstante tivesse muitos afazeres. É preciso pedir a Deus a graça de governar bem como Salomão que não pediu a Deus ouro ou riquezas, mas sabedoria para governar.

Os governantes devem pedir ao Senhor essa sabedoria. É tão importante que os governantes rezem, pedindo ao Senhor que não cancele a consciência de ser subalterno a Deus e do povo: que a minha força esteja ali e não no pequeno grupo ou em mim.
E a quem poderia se opor dizendo ser agnóstico ou ateu, se você não pode rezar, confronte-se, com a sua consciência, com os sábios do seu povo, mas não fique sozinho com o pequeno grupo do seu partido. Isto é ser auto-referencial”

No entanto, quando um governante faz algo que não gostamos, ele é criticado ou, de outra forma, louvado. É deixado sozinho com o seu partido, com o Parlamento”:
“Não, eu não o votei – Eu não o votei, problema seu’. Não, não podemos deixar os governantes sozinhos: devemos acompanhá-los com a oração. Os cristãos devem rezar pelos governantes. “Mas, Padre, como vou rezar por ele que faz tantas coisas ruins?”. Ele precisa mais do que nunca da oração. Reze, faça penitência pelo governante. A oração de intercessão. Por quê? Porque podemos levar uma vida calma e tranquila. Quando o governante é livre e pode governar em paz, todo o povo irá se beneficiar disso.

Papa Francisco – 18 de setembro de 2017

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