sexta-feira, 1 de junho de 2018

01 de junho - Quando estiverdes rezando, perdoai tudo o que tiverdes contra alguém, para que vosso Pai que está nos céus também perdoe os vossos pecados.Mc 11,25

O que é o perdão? De onde vem ele?

Acusarmo-nos a nós mesmos é o primeiro passo para o perdão: Acusar-se a si mesmo faz parte da sabedoria cristã. Certamente não é sabedoria cristã acusar os outros. Ao contrário, é preciso acusar-se a si mesmo e afirmar: pequei. E quando nos aproximarmos do sacramento da penitência, é preciso ter isto em mente: Deus é grande e concedeu-nos muitas graças mas infelizmente eu pequei, ofendi o Senhor e peço salvação. Mas se vou ao sacramento da confissão, da penitência e começo a falar dos pecados dos outros, não sei o que procuro: certamente não busco o perdão. Aliás procuro justificar-me e ninguém se pode justificar a si mesmo, só Deus nos justifica.

Recordo aquela anedota histórica de uma senhora que se aproximou do confessionário e começou a falar da sogra: sobre o comportamento da sogra e como a fazia sofrer. Passados quinze minutos o confessor disse-lhe: “Senhora, está bem, confessou os pecados da sua sogra, agora confesse os seus”.

Muitas vezes vamos pedir perdão ao Senhor justificando-nos, vendo o que de mau fizeram os outros. Mas a atitude correta é reconhecer que, infelizmente, pequei.

O Senhor perdoa-nos, sempre e não uma só vez. A nós, diz para perdoar setenta vezes sete, sempre, porque ele perdoa sempre: “Perdoo-te, contanto que perdoes os outros”. O perdão de Deus chega até nós com força, contanto que perdoemos os outros. Mas, isto não é fácil porque o rancor faz um ninho no nosso coração e permanece aquela amargura. De fato muitas vezes trazemos em nós a lista do que nos fizeram: fez-me aquilo, fez-me isto. Sem perdoar.

Um confessor disse-me certa vez que se sentiu em dificuldade quando foi administrar os sacramentos a uma idosa que estava para morrer. Confessou os seus pecados e até contou histórias de família. E o sacerdote disse: “Mas a Senhora perdoa estes familiares?” — “Não, não perdoo”. A mulher, estava apegada ao ódio, o diabo tinha-a acorrentado àquele ódio. E desta forma aquela idosa — idosa! — que estava para morrer dizia: “não perdoo”. O confessor procurou falar-lhe de Jesus, que era bom e ela respondia que sim, era bom e assim falando, falando, disse-lhe: “Mas a senhora acredita que Jesus é bom?” — “sim, sim”. E o confessor concedeu a absolvição, mas o ódio escravizava-a.

Perdoo-te, contanto que perdoes os outros: estas são as duas situações que nos ajudarão a compreender o caminho do perdão. E depois devemos glorificar Deus: “Sois grande, Senhor, concedestes-me muitas graças, mas infelizmente pequei. Perdoai-me” “Sim, perdoo-te, setenta vezes sete, contanto que perdoes os outros”. Que o Senhor nos faça entender tudo isto.

Papa Francisco - 06 de março de 2018

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