quarta-feira, 20 de junho de 2018

20 de junho - Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles. Mt 6,1


Jesus no Evangelho mostra aqueles que se creem justos pela aparência: mostram-se justos, apraz-lhes fazer isso e sabem fazer precisamente “a cara de santinho”, como se fossem santos. Mas são hipócritas: “Acautelai-vos primeiramente do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia” lê-se no trecho evangélico de Lucas. Dentro, ele mesmo disse que está todo sujo, mas fora — explicou Francisco — mostram-se justos, bons: gostam de passear e mostrar-se muito elegantes, ostentar-se quando rezam e quando jejuam, quando dão esmola. Mas tudo isto é aparecer, dentro do coração não há nada, não há substância naquela vida, é uma vida hipócrita: ou seja, como diz a palavra, por baixo está a verdade e a verdade é nula.

Eis por que é sábio o conselho de Jesus diante destas pessoas: fazei o que dizem porque dizem a verdade, mas não o que fazem porque fazem o contrário. Com efeito, estes pintam a alma, vivem pintados: a santidade para eles é uma pintura. Ao contrário, Jesus pede que sejamos sempre verdadeiros, mas verdadeiros dentro, no coração: e se algo sobressai, que sobressaia esta verdade, o que há no coração.

Precisamente por esta razão Jesus dá aquele conselho: quando tu rezares, vai fazê-lo escondido; quando jejuares, ali, pinta-te um pouco, para que ninguém veja o pouco valor do jejum; e quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua direita, fá-lo escondido. Em síntese, Jesus aconselha exatamente o contrário daquilo que estas pessoas fazem: mostrar-se. Nelas há a justificação da aparência: são bolhas de sabão que hoje existem e amanhã já não. Ao contrário, Jesus pede-nos a coerência de vida, coerência entre o que fazemos e o que vivemos.

Dizer sempre a verdade a Deus, sempre. E esta verdade diante de Deus é a que abre espaço para que o Senhor nos perdoe; ao contrário a hipocrisia é o exato oposto. A ponto que no início estas pessoas sabem que são hipócritas, que dizem uma coisa e não a fazem: mas com o hábito também elas pensam que são justas.

Por exemplo, pensemos na oração daquele doutor da lei diante do altar: “Agradeço-te, Senhor, muito obrigado!” E não acrescenta por me teres perdoado mas diz: porque não sou como os outros, eu faço tudo o que deve ser feito. E, depois vira a cabeça: “nem sequer sou como aquele que fez certas coisas...” As pessoas hipócritas acusam sempre os outros mas não aprenderam a sabedoria de se acusarem a si mesmas.
Convido-os a pedir ao Senhor, com as palavras do salmo 31, a graça da verdade e de poder dizer com verdade: “Dei-te a conhecer o meu pecado, sou eu que me acuso, não encobri a minha culpa”.

Papa Francisco - 20 de outubro de 2017


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