“Pai-Nosso” - Esta
não é uma das tantas orações cristãs, mas é a oração dos filhos de Deus: é a
grande oração que Jesus nos ensinou. Com efeito, entregue a nós no dia do nosso
Batismo, o “Pai-Nosso” faz ressoar em nós os mesmos sentimentos de Jesus
Cristo. Quando rezamos o “Pai-Nosso”, oramos como Jesus. Foi a oração que Jesus
proferiu e que nos ensinou; quando os discípulos lhe disseram: “Mestre,
ensina-nos a rezar como tu rezas”. E Jesus rezava deste modo. É tão bonito
rezar como Jesus!
Formados pelo seu
divino ensinamento, ousamos dirigir-nos a Deus chamando-o “Pai” porque
renascemos como seus filhos através da água e do Espírito Santo. Na verdade,
ninguém poderia chamá-lo familiarmente “Abbá” — “Pai” — sem ter sido
gerado por Deus, sem a inspiração do Espírito. Devemos pensar: ninguém pode
chamá-lo “Pai” sem a inspiração do Espírito. Quantas vezes as pessoas dizem
“Pai Nosso”, mas não sabem o que estão a dizer. Porque sim, é o Pai, mas será
que quando dizes “Pai” sentes que Ele é o Pai, o teu Pai, o Pai da humanidade,
o Pai de Jesus Cristo? Tens uma relação com este Pai? Quando rezamos o
“Pai-Nosso”, entramos em relação com o Pai que nos ama, mas é o Espírito quem
nos confere esta relação, este sentimento de sermos filhos de Deus.
Que oração melhor
do que aquela que Jesus nos ensinou pode predispor-nos para a Comunhão
sacramental com Ele? Além da Missa, o “Pai-Nosso” é rezado, durante a manhã e à
noite, nas Laudes e nas Vésperas; deste modo, a atitude filial em relação a
Deus e de fraternidade para com o próximo contribuem para dar forma cristã aos
nossos dias.
Na Oração do Senhor
— no “Pai-Nosso” — pedimos o pão de cada dia, no qual entrevemos uma especial
referência ao Pão eucarístico, do qual necessitamos para viver como filhos de
Deus. Imploramos também o perdão dos nossos pecados, e para sermos dignos de
receber o perdão de Deus comprometemo-nos a perdoar a quem nos tem ofendido. E
isto não é fácil. Perdoar as pessoas que nos ofenderam não é fácil; é uma graça
que devemos pedir: Senhor, ensina-me a perdoar como tu me perdoaste. É uma
graça. Com as nossas forças não podemos: perdoar é uma graça do Espírito Santo.
Assim, enquanto nos abre o coração a Deus, o “Pai-Nosso” dispõe-nos também ao
amor fraterno.
Por fim, peçamos ainda a Deus para nos libertar do mal que nos
separa d’Ele e nos divide dos nossos irmãos. Compreendemos bem que estas são
exigências muito adequadas para nos prepararmos para a Sagrada Comunhão.
Papa Francisco - 14 de março de 2018
Hoje celebramos:
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