sexta-feira, 28 de julho de 2017

28 de julho - São Pedro Poveda Castroverde

“É mais confortável fazer as coisas do que ensinar a fazer, mas assim não se forma nem se ajuda.”

“O seu exemplo será a melhor matéria que aprenderão os seus alunos.”

“É incalculável bem que podemos fazer se estamos cheios de Deus, se vivemos na dependência dele, e se dedicamos a ele todo o nosso trabalho e toda a glória que dele se origina.”

Os novos santos apresentam-se hoje diante de nós como verdadeiros discípulos do Senhor e testemunhas da sua Ressurreição: São Pedro Poveda, ao compreender a importância da função social da educação, realizou uma importante tarefa humanitária e educativa entre os marginalizados e carentes de recursos. Foi mestre de oração, pedagogo da vida cristã e das relações entre a fé e a ciência, convencido de que os cristãos deviam contribuir com valores e compromissos substanciais para a edificação de um mundo mais justo e solidário. A sua existência culminou com o martírio.

Papa João Paulo II – Homilia de Canonização – 04 de maio de 2006

Pedro Poveda Castroverde nasceu em Linares – Espanha – em 3 de Dezembro de 1874, onde recebeu o Batismo uma semana depois e a Confirmação em 5 de Abril de 1875. Era o mais velho de seis irmãos, frutos do matrimônio de José e María Linarejos. Seu pai era um químico.

Era ainda muito novo quando sentiu a atração pelo sacerdócio e, aos dez anos, manifestou o seu desejo de entrar no Seminário, mas só o conseguiu depois de terminar o segundo curso de Bacharelato e com a condição de ter, ao mesmo tempo, estudos civis e eclesiásticos. Em 1893 obteve o Bacharelato, mas nele ia crescendo, também, a caridade para com os pobres dos arredores da cidade e pelos numerosos emigrantes que trabalhavam nas minas da região.

Por dificuldades econômicas da família, aliadas à enfermidade do pai, transferiu-se para o Seminário de Guadix (Granada), onde lhe foi concedida uma bolsa de estudos pelo Bispo da Diocese. Ali terminou os seus estudos e em 17 de Abril de 1897, Sábado Santo, foi ordenado sacerdote na capela da Paço Episcopal.

Ocupou diversos cargos na Diocese, ao mesmo tempo em que continuava os seus estudos, tendo obtido a Licenciatura em Teologia no ano de 1900. Dedicou-se à pregação e a uma ação social em favor da população local, promovendo humana e cristãmente várias atividades que a libertassem do desemprego, fome, analfabetismo e solidão.
Foi ajudado pelas entidades públicas e particulares para construir as "Escolas do Sagrado Coração de Jesus", para pagar aos Professores, dar de comer a alguns alunos, criar cursos noturnos, oficinas para os adultos, numa grande tarefa humanitária, educativa e de formação profissional e cristã. Guadix reconheceu este trabalho, nomeando-o "Filho adotivo predileto" e, dando  o  seu  nome  a  uma rua da cidade.

Perante as dificuldades encontradas, transferiu-se para Madrid, sempre a pensar nos mais pobres e nas crianças da rua, mas também ali não pôde desenvolver a sua ação.
Nomeado Cônego da Basílica de Santa Maria de Covadonga, aí permaneceu durante sete anos. Preocupou-se com o atendimento dos peregrinos, escreveu livros sobre a vida cristã e a oração para orientar a vida espiritual dos mesmos e, aí, descobriu uma nova vocação, a que ia dar novo sentido à sua vida:  a importância da função social da educação e que os mestres estivessem bem preparados profissionalmente e fossem coerentes e responsáveis, solidários e cooperadores.

Transferiu-se para Jaén, onde foi professor do Seminário e de Escolas Normais. Aí conheceu a Serva de Deus Maria Josefa Segóvia, que foi sua principal colaboradora e, depois, primeira Diretora-Geral da Instituição Teresiana, Obra que se desenvolveu e, em 1914, fundou a primeira residência universitária feminina da Espanha. Era uma instituição laical complexa, com um núcleo plenamente comprometido na entrega a Jesus Cristo e em missão de colaboração com outras instituições e que colocou sob o patrocínio de Santa Teresa de Jesus.

Mestre de oração, pedagogo da vida cristã e das relações entre a fé e a ciência, Pedro Poveda soube oferecer a sua Instituição para a formação integral da mulher-estudante, convencido de que os cristãos podiam e deviam dar à sociedade do seu tempo pontos de vista, valores e compromissos para a construção de um mundo mais justo e solidário.

Nos anos difíceis da perseguição à Igreja na Espanha, tornou-se um grande defensor da não violência, dizendo que "a mansidão, a afabilidade e a doçura são as virtudes que conquistam o mundo". Apesar disso, foi preso depois de ter celebrado a Santa Missa em 27 de Julho de 1936, declarando aos que o procuravam:  "sou sacerdote de Jesus Cristo".

Horas depois, ao ser separado de seu irmão, que o havia acompanhado, disse: "Serenidade, Carlos, o Senhor que me quis fundador, também me quer como mártir". Na manhã seguinte, uma professora e uma jovem doutora da Instituição Teresiana encontram seu corpo junto à capela do cemitério de La Almudena, com sinais de bala. Sobre seu peito estava o escapulário da Virgem do Carmo. Morreu com 61 anos.

Foi beatificado por João Paulo II em Roma, a 10 de Outubro de 1993 e canonizado pelo mesmo Papa em Madrid, no dia 4 de Maio de 2003.


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