O Papa João Paulo II,
depois de ter visitado seu túmulo em Pollone, em 1989 disse: “Quero render
homenagem a um jovem que soube ser testemunho de Cristo com singular eficácia
no nosso século. Eu também conheci, na minha juventude, a benéfica influência
de seu exemplo cristão”.
Pier Giorgio Frassati nasceu
em Turim, Itália, em 6 de abril de 1901. Sua mãe, era pintora e seu pai, agnóstico, foi fundador e diretor do
jornal liberal “La Stampa”. Homem influente entre os políticos italianos, desempenhou
também os cargos de Senador e Embaixador da Itália na Alemanha.
Pier Giorgio estudou em casa
antes de ingressar em uma escola estatal junto com sua irmã Luciana,
posteriormente frequentou uma escola dirigida por jesuítas. Ali se associou à
Congregação Mariana e ao Apostolado de Oração, chegando a comungar diariamente.
Ele desenvolveu uma profunda vida espiritual que nunca deixou de
compartilhar com seus amigos. A Santa Eucaristia e a Virgem Maria foram polos
de seu mundo de oração. Aos 17 anos de idade, em 1918, ingressou na Sociedade
São Vicente de Paulo e dedicou a maior parte de seu tempo livre ao serviço dos
doentes e necessitados, cuidando dos órfãos e dos soldados da primeira guerra
mundial que voltavam para suas casas. Decidiu se graduar em engenharia mineral
na Universidade Politécnica de Turim, com a finalidade de “servir melhor a
Cristo entre os mineiros”, como expressou a um amigo.
Mesmo seus estudos, que considerava sua prioridade, não o apartaram da sua
inflamada atividade social e política. Diferenciando-se das ideias políticas de
seu pai, chegou a ser membro verdadeiramente ativo do Partido Popular, que
promoveu os ensinamentos da Igreja Católica embasados nos princípios da “Rerum
Novarum”. Também concebeu a ideia de unir a Federação de Estudantes Católicos à
Organização Católica de Trabalhadores. “A caridade não basta: necessitamos
de uma reforma social”, costuma dizer trabalhando para ambas.
Os pobres e os sofredores
eram seus donos e ele foi para eles um verdadeiro servo, vivendo essa ocupação
como um privilégio. Em Pier Giorgio, a caridade não consistia só em entregar
algo para os demais, mas, antes em se entregar a si mesmo por inteiro.
Essa caridade se sustentava diariamente com Jesus Cristo Eucaristia, com a frequente adoração noturna, com a meditação do hino da caridade de São Paulo e
com férias na casa de verão da família Frassati, no vilarejo de Pollone, já que
“Se todos saem de Turim, quem vai se encarregar dos pobres?”.
Pier Giorgio era um
entusiasta esportista: um dos seus esportes favoritos o alpinismo.
As excursões que organizava
com seus amigos, os “Tipi Loschi”, eram para ele uma ocasião concreta de
apostolado.
Costumava ir ao teatro, à ópera e aos museus: amava a arte, a música e
proclamava versos inteiros de Dante. Os veementes sermões de Savaranola e os
escritos de Santa Catarina de Sena o impulsionaram a ingressar em 1922 na
Terceira Ordem Dominicana. Quis se chamar Jerônimo, como o missionário
dominicano e reformador do Renascimento florentino, Jerônimo Savanarola. “Sou
um fervoroso admirador desse frei, que morreu como santo na fogueira” escreveu
um dia a um amigo.
Seu funeral foi um triunfo,
as ruas da cidade se encheram de gente que chorava sem consolo e que sua
família não conhecia: eram os pobres e necessitados que ele havia atendido sem
desânimo durante sete anos; muitos deles ficaram surpreendidos ao se inteirarem
de que o jovem que conheciam pertencia a uma família tão poderosa. Numerosos
peregrinos, em especial jovens estudantes, vão ao túmulo de Pier Giorgio para
solicitar favores e coragem para seguir seu exemplo. Em 1982, como última etapa
do Processo Apostólico, foram exumados seus restos mortais, encontrando-se o
corpo de Pedro Jorge intacto, com um sorriso iluminado.
Em 20 de maio de 1990, na
Praça de São Pedro, diante de dezenas de milhares de fiéis, o Papa João Paulo
II beatificou Píer Giorgio Frassati, considerando-o como “O Homem das oito
Bem-Aventuranças”.
Oremos com o Beato Pier Giorgio Frassatti:
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