quinta-feira, 6 de julho de 2017

06 de julho - A conversão de Alessandro - Assassino de Santa Maria Goretti

No julgamento, Alessandro, aconselhado por seu advogado, confessou:
-"Gostava dela. A provoquei duas vezes ao mal, mas não pude conseguir nada. Despeitado, preparei o punhal que devia utilizar".

Por isso, foi condenado a 30 anos de trabalhos forçados. Aparentava não sentir nenhum arrependimento do crime tanto assim que às vezes o escutavam gritar:

-"Anima-te, Serenelli, dentro de vinte e nove anos e seis meses serás um burguês!".
Entretanto, alguns anos mais tarde, Dom Blandini, Bispo da diocese onde está a prisão, decide visitar o assassino para encaminhá-lo ao arrependimento.

-"Está perdendo o tempo, monsenhor - afirma o carcereiro -, ele é um duro!"

Alessandro recebeu o bispo resmungando, mas perante a lembrança de Maria, de seu heroico perdão, da bondade e da misericórdia infinita de Deus, deixa-se alcançar pela graça. Depois do Bispo sair, chora na solidão da cela, perante a estupefação dos carcereiro.
Depois de ter um sonho onde Maria lhe apareceu, vestida de branco nos jardins do paraíso, Alessandro, muito questionado, escreveu a Dom Blandino:

"Lamento pelo crime que cometi porque sou consciente de ter tirado a vida de uma pobre menina inocente que, até o último momento, quis salvar sua honra, sacrificando-se antes de ceder a minha criminal vontade. Peço perdão a Deus publicamente, e à pobre família, pelo enorme crime que cometi. Confio obter também eu o perdão, como tantos outros na terra".
Seu sincero arrependimento e sua boa conduta na prisão lhe devolvem a liberdade quatro anos antes da expiração da pena. Depois, ocupará o posto de hortelão em um convento de capuchinhos, mostrando uma conduta exemplar, e será admitido na ordem terceira de São Francisco.
Graças à sua boa disposição, Alessandro foi chamado com testemunha no processo de beatificação de Maria. Foi algo muito delicado e penoso para ele, mas confessou:
"Devo reparação, e devo fazer tudo o que esteja a meu alcance para sua glorificação. Toda a culpa é minha. Deixei-me levar pela brutal paixão. Ela é uma santa, uma verdadeira mártir. É uma das primeiras no paraíso, depois do que teve que sofrer por minha causa".

No Natal de 1937, Alessandro dirigiu-se a Corinaldo, lugar onde Assunta Goretti havia se retirado com seus filhos. E vai simplesmente para fazer reparação e pedir perdão à mãe de sua vítima. Nada mais chegar diante dela, pergunta-lhe chorando
Assunta, mãe de Santa Maria Goretti,
e seu assassino Alessandro
.
 -"Assunta, pode me perdoar?
-Se Maria te perdoou, - balbucia - como eu não vou te perdoar?"

No mesmo dia de Natal, os habitantes de Corinaldo ficam surpresos e emocionados ao ver aproximar-se à mesa da Eucaristia, um ao lado do outro, Alessandro e Assunta.

Um comentário:

  1. Perdão!! Como é difícil, mas em Deus tudo é possível.

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